E,
quando a dúvida me assalta, procuro resolvê-la. Nem sempre, no entanto, tenho
sorte, porque a minha inteligência não consegue captar outras inteligências
dotadas de um saber técnico que eu não possuo.
Para
que esta conversa não se fique assim no ar, pelas abstracções e considerações
filosóficas, dou quatro exemplos bem concretos.
1 – Uma placa para o hospital
Apercebi-me,
ao subir a 3ª circular, que poderia haver engano para quem se dirigisse ao
hospital e tomasse, sem querer, a auto-estrada. De facto, para quem entra na
circular vindo de sul e não no cruzamento de Birre, não encontra nenhuma placa
com essa informação.
Perguntei
aos serviços se lhes não parecia oportuno acrescentar essa informação na placa
que já lá está a seguir aos semáforos.
Resposta:
não, não era oportuno nem lhes parecia de interesse, porque já havia
sinalização anterior e era regra não repetir sinalizações no mesmo trajecto.
Retorqui exemplificando que tal regra não era cumprida em vários sítios e que,
decerto, mais umas letrinhas na placa não dariam assim tanto trabalho e fariam
jeito. Não me replicaram. Azar meu!
2 – Sistema de rega
Informei
que estava danificado o sistema de rega automática na ‘margem’ norte da Avenida
Raul Solnado, pois ali fora plantada relva (eu vi!) e havia tubos de borracha
espalhados pela área, tubos do género que eu tenho visto por toda a parte e que
para isso servem.
Resposta:
«O espaço ajardinado do lado norte não
possui sistema de rega automático. É um prado de sequeiro e fica amarelo no Verão,
mas no Outono/Inverno rejuvenesce. Os arbustos são resistentes e vão resistir».
Azar o meu: afinal, os
tubos são apenas para decoração e a relva é… «um prado de sequeiro». Quem te
manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?
Desengane-se, leitor: esses tubos não são de rega e o que está a ver não é relva seca, é um prado de sequeiro! |
3 – Reservado a moradores
Solicitei
que se encarasse a hipótese de determinada praceta, ultimamente ‘inundada’ por
viaturas estranhas, pudesse vir a ser reservada a residentes.
Foram-me
apresentadas todas as condições exigidas para que houvesse essa reserva.
Nenhuma delas, a meu ver, se aplicava à reserva em vigor para toda a zona da
Bela Vista, na vila, onde só podem entrar os residentes e, se estacionas, mesmo
por pouquíssimo tempo, no Largo Óscar Monteiro Torres, certo e sabido que te
aparece o reboque num abrir e fechar de olhos!... Pretendi esclarecimento. Azar
o meu: não tive!
4 – STOP no chão
Tentei
explicar a seguinte situação: quem desce a Rua do Cobre tem uma placa STOP, a
fim de dar prioridade aos veículos que se apresentem para entrar ou sair da Rua
Júlio Dinis, da Pampilheira. Sucede, porém, que, como se trata de uma descida,
há quem acelere e nem sequer se aperceba da placa, o que – só por grande sorte
– não tem provocado acidentes, travagens bruscas sim... A minha proposta: que
se pinte no chão – como noutros sítios acontece – a palavra STOP. Assim haverá,
de certeza, maior viabilidade e maior possibilidade de respeito.
Azar
o meu: até agora, não obtive qualquer resposta.
Conclusão: as
minhas dúvidas aumentaram: vale a pena ser cidadão empenhado?
José d’Encarnação
Publicado em Costa do Sol Jornal [Cascais],
nº 209, 01-11-2017, p. 6.
Vera Araújo Soares
ResponderEliminarAmei, sempre com o teu peculiar sentido de Humor!
Joaquim Cardoso
ResponderEliminarAs respostas só são para os amigos... Mas eles têm sempre razão!!!
Julia Fernandes, 2/11 às 10:15
ResponderEliminarÉ um cansaço, José. Não me lembro de ter feito uma queixa e ter resposta positiva. É esquisito, não é? Um abraço.
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