A placa identificativa |
Trata-se
da reabilitação feita há já algum
tempo da área da quinta que albergava o pisão (daí lhe adveio o nome). Um lagar
de que se lograram recuperar não apenas o piso
circular em que se apoiava o seirão cheio de azeitonas para esmagar, mas também
o lagar de vinho com os tanques necessários para a produção .
Descarnaram-se
as paredes, a fim de se saber como era o edifício outrora e todo o espaço foi
preenchido com a exposição de mobiliário
e de objectos antigos, memórias de um tempo que passou. Destaque vai, por
exemplo, para uma cadeira da barbearia, pois, como se sabe, ali funcionou
durante décadas, em regime semiprisional, a «Mitra», que se preconizava fosse
auto-suficiente.
Na
página que o Centro detém no Facebook https://www.facebook.com/events/195509617698703/ pode
ler-se o seguinte:
«O Centro de Apoio Social do Pisão foi a partir dos
anos 40 e até 1985, o Albergue de Mendicidade da Mitra, designado de Colónia
Penal Agrícola do Pisão.
Durante o Estado Novo, de acordo com
uma política de “regeneração
social”, toda a população
considerada “marginal” – pobres, sem abrigo, ladrões, homossexuais e doentes
mentais… – era encaminhada para os Albergues de Mendicidade.
A Colónia do Pisão, afastada das
outras localidades, rodeada por uma vasta área florestal e de exploração agropecuária com mais de 300 hectares ,
constituía o espaço propício para o isolamento e punição .
Aqui, os albergados trabalhavam na agricultura, na pecuária, na construção dos edifícios da colónia, na exploração florestal, pedreira, fornos de cal e outros
trabalhos de autossubsistência, sob a disciplina policial.
A 2 de Fevereiro de 1985, o Pisão
passa a ser gerido pela Santa Casa da Misericórdia de Cascais, mediante acordo
de gestão com o Instituto da Segurança Social.
Ao chegar a este Centro, a
Misericórdia iniciou o seu trabalho pela humanização
do espaço, pelo cuidar das pessoas, por melhorar os espaços existentes, por
proporcionar hábitos de vivência em comunidade e de procurar laços familiares e
de dar afecto aos que aqui se encontravam.»
Várias
dezenas de amigos da Misericórdia acederam ao apelo e, visivelmente
surpreendidos, percorreram os espaços que constituem o Núcleo. A dada altura, cantaram-se
os parabéns e saboreou-se uma fatia de bolo de aniversário. 33 anos consagram,
sem dúvida, uma data simbólica. – J. d’E.
Publicado em Cyberjornal, 4 de Fevereiro de 2018:
José d'Encarnação
A casa que tem ao meio o sítio para o seirão |
Cadeira dre barbeiro, central telefónica, formas de sapateiro... |
A Colónia Penal... Uma foto do tempo do Estado Novo... |
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