Clamam – e ninguém lhes acode!
Faltam braços. Já não há quem se
aventure a pendurar-se nas ramadas, quem queira pegar numa vara, quem se dobre
no chão para apanhar o que o varejador deitou por terra nos panos adrede
estendidos…
A lamúria vai por aí desde os píncaros
do Cerro Botelho ou do Alto da Fonte da Murta até à Soalheira, ao Malhão e
passará para as campinas já do outro lado do cômoro…
Riqueza que prodigamente a Natureza
nos dá e braços não há para a acolher. Já os figos não secam no almanxar. Já se
não descascam amêndoas: o trabalho que dão não compensa os míseros cêntimos que
rendem...
Por quanto tempo assim será? Por
pouco, acho eu, que rapidamente se terão de criar atractivos para que à terra
se volte e a riqueza se aproveite.
[Publicado em Notícias de S. Braz [mensário de S. Brás de Alportel], nº 191, 20-10-2012, p. 15].
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