Foi
o XXXI Salão de Outono, este ano voltado para o pequeno formato, porque, na
verdade, os grandes quadros, hoje, há pouco espaço para eles e sempre é um
gosto ver como o artista, em reduzida tela, tanto nos pode transmitir de
emoções.
31
anos constitui, na verdade, o consagrar de uma aventura que tem dado os seus
frutos e que se notabiliza por essa provecta idade. Sim, para uma iniciativa
deste género 31 anos são bem reveladores de uma enorme tenacidade e de intenso amor
à causa.
E
são muitos os caminhos que ali se mostram, em liberdade plena, fiéis a esta ou
àquela escola ou a escola nenhuma, quando o artista pega na espátula ou no
pincel e deixa as suas mãos serem veículo projectante daquilo que lhe vai na
alma e mui generosamente connosco quer partilhar.
Vieram
alguns quadros da colecção da própria galeria. Outros, novos são. Regalamo-nos
com as sempre sugestivas aguarelas de Paulo Ossião (um mimo, aquela chávena
pensativa!...); as linhas simbólicas de Edgardo Xavier; o geometrismo colorido
de Denis Cavalcanti; o denso tríptico de Filipa Oliveira Antunes, a dar-nos a
sua visão do rico cromatismo que se desprende da alcantilada costa de S. João
do Estoril, com as vivendas penduradas lá no alto; o desregrado surrealismo de Eduardo
Eloy; as grandes superfícies de Mário Vinte e Um…
XXXI
Salão, 31 artistas!
Valem
as obras de arte, é verdade; mas o que vai perdurar como memória é o magnífico
catálogo, em volumoso papel couché, com a tradicional abertura de Nuno Lima de
Carvalho, a reprodução, com suas cores, de uma obra de cada artista participante
e, de cada, cerca de uma dezena de linhas a contar o que, do respectivo currículo,
se revelou mais singular. Parabéns ao Pedro Lima de Carvalho, que tudo
coordenou, e à NVV – Novos Suportes Publicitários, Lda., pelo design gráfico e mui
impecável impressão.
Claro,
escusado é dizer: para os amantes da Arte, exposição a… saborear!
José d’Encarnação
Publicado em Cyberjornal, 01-12-2017: http://www.cyberjornal.net/cultura/cultura/artes-plasticas/a-arte-e-os-seus-multiplos-caminhos-na-galeria-do-casino-estoril
O desregrado surrealismo de Euardo Eloy |
A arriba da Praia da Poça - por Filipa Oliveira Antunes |
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