Licínio Cunha, Pinto Marques, Vítor Neto, Assis Ferreira e Frederico Annes |
António Teixeira
Pinto Marques, o Presidente do Conselho Director do Grémio, deu as boas vindas a
quantos enchiam por completo a sala da bibliotec a
da instituição e manifestou o seu regozijo
por, mais uma vez, a sua casa ser palco de tão luzida cerimónia.
Silva Peneda, no uso da palavra |
Foi
Silva Peneda o primeiro apresentador. Após ter sublinhado que «resiliência» e «sustentabilidade»
são duas palavras que estão na moda, declarou preferir falar de «harmonia na sustentabilidade»
e da necessidade de se estabelecerem compromissos com as soluções preconizadas
para os problemas que surgem, na medida em que «a essência de qualquer
estratégia política é a convergência de interesses». Desconfia sempre de alguém
que lhe apresenta «soluções miríficas». Observações a propósito da obra ora
vinda a lume e na sequência da temática nela sabiamente desenvolvida. Terminou
realçando a elevada «qualidade humana do seu autor».
«Um
livro que, de facto, marc a o
turismo», começou por afirmar Mário Assis Ferreira, administrador da
Estoril-Sol. Relatou os contactos que teve com Licínio Cunha, então secretário
de Estado, quando foi para o Casino e lhe apresentou as novas ideia s que tinha intenção
de incrementar, designadamente a de tornar o Casino muito mais do que mero
local de jogo, mas potenciador de iniciativas culturais nos mais diversos domínios,
mas, de modo especial, na Música, no Espectáculo, na Arte, na Gastronomia.
«Qual enciclopédia sobre a actividade turística», «trabalho de fôlego» em que
não falta o apontar de mudanças e perspectivas, de leitura mui acessível, que apresenta,
em anexo, uma série de documentação
do maior interesse, desde a Declaração
de Manila (1982) à Declaração de Ecoturismo de Quebec
(2002). Uma obra de 338 páginas, onde falta, no entanto, uma palavra sobre a
grande receita fiscal que advém da actividade dos casinos, mormente se se tiver
em conta «a drástica reviravolta conceptual» do seu papel, que ele próprio, Assis
Ferreira, «ousou implantar - e com êxito! - nos casinos da Estoril-Sol. Licínio
Cunha terá duvidado da possibilidade de tal vir a concretizar-se; o certo é que
se concretizou. E concluiu: «Diz Óscar Wilde que se resiste a tudo menos à
tentação ; que seja a publicação dum próximo livro a próxima tentação de Licínio Cunha».
O
autor agradeceu a generosidade dos apreciadores
e se «ninguém é tão velho como aquela pessoa que desistiu de ter objectivos», o
certo é que, depois de ter redigido mais de duas centenas de textos, considera
que «as novas ideia s escasseiam» e
que termina aqui o seu «ciclo académico» (recorde-se que Licínio Cunha exerceu,
até 2014, as funções de director da Licenciatura em Turismo na Universidade Lusófona
de Humanidades e Tecnologias, de Lisboa). Afirmou não ver com bons olhos que o turismo
seja encarado como uma moda, efémero como ela é; que a «pegada turística» seja…
«uma praga»! O turismo há-de ter em conta «o visitante e a pessoa, o território
mais o ambiente», numa estratégia de desenvolvimento sustentável, que considera
ser o objectivo principal que o livro prossegue, apelando para que «a ênfase do
cresci mento seja substituída pela do
desenvolvimento».
A
editora da obra é a Lidel, cujo representante, Frederico Annes, aproveitou o
ensejo, a finalizar a sessão, para dar conta da actividade desta empresa
familiar, que em Março completou 50 anos (vai na 3ª geração ),
já acolheu 3000 autores de livros por onde muita gente tem aprendido, como é o
caso dos livros de Medicina ou do ensino de português para estrangeiros.
José d’Encarnação
Publicado em Cyberjornal, 4-12-2017:
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