(Ourique, 23.09.1930 – Cascais, 30.05.2018)
O empreendedor
Ainda o vocábulo
não enchia a boca dos políticos nem se fazia ideia
do que era isso de ‘empreendedorismo’, já o Comendador Joaquim Baraona punha em prática o seu conteúdo:
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Como salientou Clarinda Santos Pinheiro, no seu comentário do Facebook, a construção das Galerias Girassol (Av. Valbom, Cascais)
precedeu o aparecimento dos (hoje, vulgares) centros comerciais.
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Ainda se não sonhava em «resorts» turísticos ou em turismo rural onde o
contacto com a Natureza e a prática da caça e da pesca fossem primordiais e já
Joaquim Baraona projectava para a
área da sua Ourique um empreendimento assim, que só a tacanhez própria de quem
não é visionário acabaria por enjeitar.
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Depressa compreendeu a necessidade de se criar o Grupo dos Amigos do Paredão, a
fim de acompanhar a manutenção e a dinamização desse (hoje, imprescindível) empreendimento.
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Na remodelação do Hospital de
Cascais, enquanto Provedor da Misericórdia, instou na aplicação de inovadoras práticas construtivas, por exemplo
no que se referia à colocação das
tubagens.
Joaquim Baraona, na mesa que presidiu a uma das habituais sessões da ALA - Academia de Letras e Artes |
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Considerou ser importante a criação
de uma Academia em Cascais e esteve, desde a primeira hora, no apoio à Academia
de Letras e Artes, que congrega insignes vultos da Cultura local, nacional e
estrangeira.
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Dedicou atenção à habitação social, pois esteve ligado à construção do Bairro Maria, em Alvide.
O lutador
Numa terra que lhe
era alheia mas que cedo adoptou como sua, foi – apesar de toda a sua actividade
(ou, decerto, por isso mesmo!...) – vilipendiado a ponto de, no tempo do
COPCON, lhe ter sido, sem mais nem menos, usurpada a casa onde residia com a família,
forçando-o, pois, a fugir para o Brasil.
Refugiou-se
na cidade de Vitória do Espírito Santo e aí, a partir do nada, lançou mãos à
obra, de modo que a comenda que lhe outorgaram foi o justo apreço pelo que não
deixou de fazer.
Poderia,
naturalmente, ficar por lá e desinteressar-se por completo de quem tão mal o
tratara. Mas não! Assumiu, de bom grado, as funções de vice-cônsul de Portugal,
para dar apoio aos compatriotas instalados no país irmão, e promoveu a geminação de Cascais com essa cidade, geminação hoje consignada na toponímia de ambas as
localidades. E quando, enfim, pôde voltar, deu a impressão de que nada se
passara!...
O benemérito
Já se disse da sua
acção como irmão da Santa Casa da Misericórdia
de Cascais. Não se contentou com pagar as quotas e assumiu, de bom grado, as
funções – sempre bem difíceis! – de Provedor.
Há,
porém, que sublinhar-se ainda o seu inestimável apoio à Sociedade Musical de
Cascais, onde também exerceu funções de direcção ,
e ao cresci mento da Escola de Dança
de Ana Manjericão. Integrou o núcleo fundador do Rotary Clube Cascais-Estoril,
instituição que tem como lema o
serviço à comunidade.
O
seu nome, perpetuado na rotunda à saída da vila para o Guincho, recordará aos
vindouros o imorredoiro exemplo do Cidadão para quem os obstáculos sempre foram
encarados como desafios a vencer!
José d’Encarnação
Publicado em Costa do Sol Jornal (Cascais), nº 237, 2018-06-07, p. 6.
O Senhor (amigo, homem, comendador...) Joaquim Baraona é, para mim, uma pessoa que jamais poderei esquecer, uma pessoa que confiou em mim quando eu era um garoto, uma pessoa que, não obstante as diferenças ideológicas que nos caracterizavam, nunca deixou de me ajudar, de me apoiar, de ser meu amigo! Jamais o esquecerei e a sua memória perdurará em mim como um exemplo de amizade e de admiração.
ResponderEliminarO Senhor (amigo, homem, comendador...) Joaquim Baraona é, para mim, uma pessoa que jamais poderei esquecer, uma pessoa que confiou em mim quando eu era um garoto, uma pessoa que, não obstante as diferenças ideológicas que nos caracterizavam, nunca deixou de me ajudar, de me apoiar, de ser meu amigo! Jamais o esquecerei e a sua memória perdurará em mim como um exemplo de amizade e de admiração.
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