sexta-feira, 29 de junho de 2018

O dragoeiro da Quinta da Carreira (S. João do Estoril)

Patrimoniices cascalenses 12 
            Tem razão Luís Maia ao afirmar que se trata do dragoeiro que existiu na Quinta da Carreira. Na verdade, há uns cinco anos, deu-lhe uma moléstia, que resistiu a todos os tratamentos feitos pelos técnicos camarários e acabou por morrer. Assim findou o que, mui justamente, fora o ex-líbris da Associação de Moradores da Quinta.
            É o dragoeiro uma árvore rara, que deve o seu nome ao facto de a sua seiva ter uma cor avermelhada. Quando, no século XV, os descobridores portugueses a encontraram, levaram o caso para o mundo da magia e ‘aquilo’ só podia ser… sangue de dragão!... De qualquer modo, cedo começaram a utilizá-lo para a tinturaria.
            Além deste, há um outro, de bom porte, na cerca do Hospital de Sant’Ana, na Parede, e havia razão por parte de quem apontou como possível localização o Parque Palmela (que é, esclareça-se, propriedade municipal). De facto, à entrada do parque, do lado poente, há uma das matas de dragoeiros mais bem conservadas de Portugal, sobre a qual já aqui tecemos considerações, mormente porque se aguarda, a todo o momento, que seja cumprida a deliberação camarária de retirar o painel publicitário que impede os transeuntes de a admirarem logo desde a Marginal. Um dia será. Acrescente-se que, mui solenemente, a 21 de Março de 2012, o actual presidente da Câmara, acompanhado de Campos Andrada (em representação da Autoridade Florestal Nacional), recebeu o Bilhete de Identidade desta mata, a maior de Portugal, classificada «de interesse público» por via do Aviso nº 5/2012, de 16 de Março, daquela Autoridade.
            Por conseguinte, voltando à questão proposta, direi que houve «maldade» minha quando perguntei onde «está?». Já não está. Estava!
            Aproveito também para mostrar de novo (além do que era o dragoeiro da Quinta da Carreira) um aspecto da mata do Parque Palmela e o pormenor da florescência de outro, que existe numa casa particular, na Rua do Cardeal (Charneca).

            Post-scriptum: Para quem quiser saber mais sobre esta árvore, que me seja permitido remeter para as notas publicadas neste blogue: «O sangue do dragão escorre em Cascais» (9-3-2017) e «Vamos ver a mata dos dragoeiros» (11-8-2017).
                                                                                     José d’Encarnação




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