Trata-se
de uma iniciativa da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, cujo
comissário é Rui Cortes, sendo a investigação histórica e a produção de
conteúdos da responsabilidade do Professor Amílcar Guerra. A exposição
destina-se a ser vista na Rede de Museus do Baixo Alentejo, que compreende os
municípios de Aljustrel, Alvito, Beja, Castro Verde, Ferreira do Alentejo,
Mértola, Ourique, Serpa, Vidigueira e Museu Regional de Beja. A execução da
exposição e respectiva museografia esteve a cargo da empresa Glorybox.
São
as seguintes as partes em que a exposição se divide:
a
– territórios inscritos (os primeiros contactos e o aparecimento da Escrita,
com particular destaque para as estelas da chamada «escrita do Sudoeste»);
e – Escrita no Mundo Romano;
i – A escrita e a Idade Média, ou
seja, os textos paleocristão e islâmicos;
o – Escrita
Moderna: a transmissão da palavra;
u – o mundo contemporâneo.
O
catálogo está muito bem concebido, com excelentes fotografias.
De
todas as inscrições aqui indicadas, eu assinalaria uma, de particular interesse,
pois que data do século XI. Refere-se à construção de um minarete por ordem de
Al-Mutadid. É única, no seu género, em território português, e conserva-se in situ «junto a uma fonte, no interior
do castelo» de Moura. «Representa», explica-se na legenda, «a legitimação da
propriedade do território de Moura, muito disputado pela existência de jazidas
de prata».
Trata-se,
pois, de uma mostra, singela mas eloquente, que não poderá perder-se e que documenta
bem como a escrita foi algo a que o Homem se dedicou desde tempos imemoriais. Ainda
hoje, quando queremos que algo permaneça, escreve-se, porque, como diz o ditado,
«a palavra voa, mas a escrita permanece»: verba
volant, scripta manent.
José
d’Encarnação
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