Recordo
sempre com saudade os tempos de minha juventude, os anos 50. A carrinha da bibliotec a parava mensalmente junto de minha casa, sita
entre Birre e Torre, expressamente para mim e eu entregava e recebia os livros
que seriam a minha delícia durante esse mês.
Dessa
forma, tive oportunidade de ler quase toda a obra de Emílio Salgari, de Júlio Verne,
os clássicos portugueses como Almeida Garrett, Alexandre Herculano, as grandes
biografias, que me encantavam enormemente.
Ainda
hoje guardo religiosamente o cartão de leitor e confesso que não teria
conseguido ganhar a cultura que hoje tenho, sobretudo do ponto de vista da literatura,
se não fora a atenciosidade de todos os funcionários, designadamente do saudoso
Sr. Alberto. Era extraordinária, sobretudo se tivermos em consideração que a carrinha parava expressamente para mim.
Acrescentarei
que, mal entrei na redacção do Jornal da Costa do Sol, fiz questão em,
todas as semanas, publicar o horário a que a carrinha passava, aos domingos , nos vários locais, porque se tratava efectivamente
de uma iniciativa ao domingo e mensalmente cada local era visitado pela bibliotec a itinerante.
Congratulo-me,
pois, vivamente com o retomar desta iniciativa e faço votos para que seja
possível alargá-la a mais sítios que não apenas aos que ora estão previstos.
José d’Encarnação
Nota: Este depoimento foi inserido na página da Fundação D. Luís I,
a comentar a notícia do ‘ressurgimento’ da Biblioteca Móvel, a partir de 14 de
Outubro de 2017. Acessível em:
A carrinha da Biblioteca Móvel |
Mario Cornelio
ResponderEliminar13 de Outubro de 2017 22:32
Caro Zé, eu era o 1042. Mas tinha que ir à Biblioteca buscar os Livros. Daqui envio a minha saudação à Fundação D. Luís I e que continue a divulgar os Livros por essas estradas fora.
Alice Alves Oliveira
ResponderEliminar14 de Outubro de 2017 7:44
O meu irmão é que estava inscrito na biblioteca Conde Castro Guimarães, eu ia todos os domingos buscar livros que lia rapidamente, desejando que a semana acabasse depressa.
Manuela Correia
ResponderEliminar14/10 às 9:49
No Algarve, era a carrinha da Gulbenkian, que mensalmente me dava a alegria de descobrir a literatura. Com sol ou com chuva, eu esperava aquele momento mágico.
Antonio Jose Paula
ResponderEliminarSeria a Biblioteca da GULBENKIAN?
Não. Branquinho da Fonseca teve essa iniciativa em Cascais e, quando foi para a Gulbenkian, dado o êxito que obtivera aqui, decidiu propor o seu alargamento a todo o País.
EliminarMaria Jorge
ResponderEliminarMaravilhosa partilha... Beijinhos!
Luisa Bernardes
ResponderEliminarTambém tenho o meu, vou procurá-lo!
Neyde Theml
ResponderEliminarNo bairro e rua em que nasci não tinham bibliotecas ambulantes durante a minha infância. Mas passava diariamente o vendedor do leite numa carroça puxada a burro com um tonel cheio de leite,vindo da chácara próxima, e de cada casa saiam as mulheres mais velhas, com suas leiteiras, as enchiam e se punham a conversar sobre o dia que iria começar. Eu gostava de sentir o cheiro do leite; este cheiro até hoje me faz lembrar da minha infância.
Adilia Oliveira
ResponderEliminarTambém ainda tenho o meu cartão, a carrinha da biblioteca também ia à Amoreira, onde eu morava.
Isabel Alves
ResponderEliminarA biblioteca itnerante também ia à Charneca e foi assim que ganhei gosto pela leitura.
António Loureiro
ResponderEliminarO meu era da biblioteca Condes de Castro Guimarães com o n°. 443
Rogerio Cardoso
ResponderEliminarA carrinha, uma Citroen, ia a todas as localidades do Concelho.
Ana Mandillo
ResponderEliminarNunca percebi porque acabou.... Enfim, ainda bem que recomeçou.
Acabou por falta de pessoal e porque se considerou que a rede de bibliotecas que se pretendia criar incitaria melhor o gosto pela leitura. E assim, como a carrinha também já estava velha, optou-se por não a recuperar e pôs-se fim à iniciativa.
ResponderEliminarClara Costa Recomeçou? Quando?
ResponderEliminarAmiga Clara
EliminarLeia o texto e verá aí a resposta. Na página da Fundação D. Luís I, há já a indicação do horário e dos locais das próximas saídas.
Clarinda S. Santos Pinheiro
ResponderEliminarInteressantíssima esta postagem do dr e amigo José d’Encarnação!
Foi com este belo exemplo de divulgação e de serviço que eu, 6 aninhos e com o número 2519, iniciei o meu gosto pela leitura e pelos livros... Mensalmente levava uma " abada" de livros para o mês, no bibe que usava sobre o meu vestido rodado de organza 😀
Bem haja por relembrar!
Abc
Julia Franco
ResponderEliminarQuando a saudade é contente 😊...
Bem hajam pelos eloquentes comentários que estão a fazer e que mostram à saciedade quão oportuna foi a iniciativa da Fundação D. Luís I, que se espera ver alargada a mais locais,
EliminarPepita Cardoso 15/10 às 18:46
ResponderEliminarTambém não esqueço a Biblioteca da Gulbenkian que todos os meses parava no Largo da Câmara, em Castelo de Vide, partilhando cultura e criando sonhos.
Antónia Maria Carreira 15/10 às 19:06
ResponderEliminarEu também tenho guardado um cartão igual. Quanto à biblioteca itinerante também vivi a experiência mas na minha terra.
Maria Manuela Baptista 15/10 às 22:21
ResponderEliminarTambém tenho.
Cecília Figueiredo, 17/10 às 12:15
ResponderEliminarTambém eu tenho saudades! Era o Sr. Alberto que me escolhia os livros conforme a minha idade.
Rogerio Cardoso, 17/10 às 12:57Sr. Alberto, figura típica de Cascais, assim como a esposa a D. Mariana, parteira, que fez inúmeros partos de gente da minha idade. Por exemplo, eu nasci no mesmo dia que a Marília Costa e do Cipriano, caso raro em 1941, porque Cascais era uma pequena vila. Já agora passo a situar a Maternidade na altura, pois é onde está o SEF, junto à Igreja da Misericórdia.
ResponderEliminarMargarida Lino, 18/10 às 18:21
ResponderEliminarO tempo passa, a saudade fica.
Guilherme Antunes, 27/10, às 15.20
ResponderEliminarAinda tenho um igualzinho, o 1314.