sexta-feira, 13 de outubro de 2017

O meu depoimento sobre a Biblioteca Itinerante

             Vivamente me congratulo com o facto de a Fundação D. Luís I ter voltado a fazer funcionar a Biblioteca Itinerante.
            Recordo sempre com saudade os tempos de minha juventude, os anos 50. A carrinha da biblioteca parava mensalmente junto de minha casa, sita entre Birre e Torre, expressamente para mim e eu entregava e recebia os livros que seriam a minha delícia durante esse mês.
            Dessa forma, tive oportunidade de ler quase toda a obra de Emílio Salgari, de Júlio Verne, os clássicos portugueses como Almeida Garrett, Alexandre Herculano, as grandes biografias, que me encantavam enormemente.
            Ainda hoje guardo religiosamente o cartão de leitor e confesso que não teria conseguido ganhar a cultura que hoje tenho, sobretudo do ponto de vista da literatura, se não fora a atenciosidade de todos os funcionários, designadamente do saudoso Sr. Alberto. Era extraordinária, sobretudo se tivermos em consideração que a carrinha parava expressamente para mim.
            Acrescentarei que, mal entrei na redacção do Jornal da Costa do Sol, fiz questão em, todas as semanas, publicar o horário a que a carrinha passava, aos domingos, nos vários locais, porque se tratava efectivamente de uma iniciativa ao domingo e mensalmente cada local era visitado pela biblioteca itinerante.
            Congratulo-me, pois, vivamente com o retomar desta iniciativa e faço votos para que seja possível alargá-la a mais sítios que não apenas aos que ora estão previstos.

                                                                       José d’Encarnação

Nota: Este depoimento foi inserido na página da Fundação D. Luís I, a comentar a notícia do ‘ressurgimento’ da Biblioteca Móvel, a partir de 14 de Outubro de 2017. Acessível em:
A carrinha da Biblioteca Móvel

26 comentários:

  1. Mario Cornelio
    13 de Outubro de 2017 22:32
    Caro Zé, eu era o 1042. Mas tinha que ir à Biblioteca buscar os Livros. Daqui envio a minha saudação à Fundação D. Luís I e que continue a divulgar os Livros por essas estradas fora.

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  2. Alice Alves Oliveira
    14 de Outubro de 2017 7:44
    O meu irmão é que estava inscrito na biblioteca Conde Castro Guimarães, eu ia todos os domingos buscar livros que lia rapidamente, desejando que a semana acabasse depressa.

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  3. Manuela Correia
    14/10 às 9:49
    No Algarve, era a carrinha da Gulbenkian, que mensalmente me dava a alegria de descobrir a literatura. Com sol ou com chuva, eu esperava aquele momento mágico.

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  4. Antonio Jose Paula
    Seria a Biblioteca da GULBENKIAN?

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    1. Não. Branquinho da Fonseca teve essa iniciativa em Cascais e, quando foi para a Gulbenkian, dado o êxito que obtivera aqui, decidiu propor o seu alargamento a todo o País.

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  5. Luisa Bernardes
    Também tenho o meu, vou procurá-lo!

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  6. Neyde Theml
    No bairro e rua em que nasci não tinham bibliotecas ambulantes durante a minha infância. Mas passava diariamente o vendedor do leite numa carroça puxada a burro com um tonel cheio de leite,vindo da chácara próxima, e de cada casa saiam as mulheres mais velhas, com suas leiteiras, as enchiam e se punham a conversar sobre o dia que iria começar. Eu gostava de sentir o cheiro do leite; este cheiro até hoje me faz lembrar da minha infância.

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  7. Adilia Oliveira
    Também ainda tenho o meu cartão, a carrinha da biblioteca também ia à Amoreira, onde eu morava.

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  8. Isabel Alves
    A biblioteca itnerante também ia à Charneca e foi assim que ganhei gosto pela leitura.

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  9. António Loureiro
    O meu era da biblioteca Condes de Castro Guimarães com o n°. 443

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  10. Rogerio Cardoso
    A carrinha, uma Citroen, ia a todas as localidades do Concelho.

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  11. Ana Mandillo
    Nunca percebi porque acabou.... Enfim, ainda bem que recomeçou.

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  12. Acabou por falta de pessoal e porque se considerou que a rede de bibliotecas que se pretendia criar incitaria melhor o gosto pela leitura. E assim, como a carrinha também já estava velha, optou-se por não a recuperar e pôs-se fim à iniciativa.

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  13. Respostas
    1. Amiga Clara
      Leia o texto e verá aí a resposta. Na página da Fundação D. Luís I, há já a indicação do horário e dos locais das próximas saídas.

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  14. Clarinda S. Santos Pinheiro
    Interessantíssima esta postagem do dr e amigo José d’Encarnação!
    Foi com este belo exemplo de divulgação e de serviço que eu, 6 aninhos e com o número 2519, iniciei o meu gosto pela leitura e pelos livros... Mensalmente levava uma " abada" de livros para o mês, no bibe que usava sobre o meu vestido rodado de organza 😀
    Bem haja por relembrar!
    Abc

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  15. Julia Franco
    Quando a saudade é contente 😊...

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    1. Bem hajam pelos eloquentes comentários que estão a fazer e que mostram à saciedade quão oportuna foi a iniciativa da Fundação D. Luís I, que se espera ver alargada a mais locais,

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  16. Pepita Cardoso 15/10 às 18:46
    Também não esqueço a Biblioteca da Gulbenkian que todos os meses parava no Largo da Câmara, em Castelo de Vide, partilhando cultura e criando sonhos.

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  17. Antónia Maria Carreira 15/10 às 19:06
    Eu também tenho guardado um cartão igual. Quanto à biblioteca itinerante também vivi a experiência mas na minha terra.

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  18. Maria Manuela Baptista 15/10 às 22:21
    Também tenho.

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  19. Cecília Figueiredo, 17/10 às 12:15
    Também eu tenho saudades! Era o Sr. Alberto que me escolhia os livros conforme a minha idade.

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  20. Rogerio Cardoso, 17/10 às 12:57Sr. Alberto, figura típica de Cascais, assim como a esposa a D. Mariana, parteira, que fez inúmeros partos de gente da minha idade. Por exemplo, eu nasci no mesmo dia que a Marília Costa e do Cipriano, caso raro em 1941, porque Cascais era uma pequena vila. Já agora passo a situar a Maternidade na altura, pois é onde está o SEF, junto à Igreja da Misericórdia.

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  21. Margarida Lino, 18/10 às 18:21
    O tempo passa, a saudade fica.

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  22. Guilherme Antunes, 27/10, às 15.20
    Ainda tenho um igualzinho, o 1314.

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