segunda-feira, 19 de março de 2018

Foi tocante a cerimónia

            De novo o Espaço TEC, em Cascais, abriu portas para dar azo a mais uma exposição que ficamos a dever, de modo especial, a João Vasco. O consagrado actor resiste aos convites de Carlos Avilez para representar, para voltar ao palco, e prefere, no aconchego dos seus aposentos, programar sabiamente exposições sobre momentos e personalidades que marcaram a vida do seu Teatro Experimental de Cascais.
            Amália se celebrou agora. E foi deveras tocante a cerimónia, quase ao cair da tarde de sábado, 17. Muitos admiradores de Amália e do TEC, a senhora que acompanhou Amália nos últimos tempos, os estudantes da Escola Profissional de Teatro de Cascais (EPTC)… O senhor presidente da Câmara também fez questão em estar presente, assim como a Dra. Catarina Marques Vieira, comissária para a Cascais Capital da Juventude, pois que também esta iniciativa pode inserir-se nas actividades que marcam a juventude em Cascais.
            Começámos por ouvir FF – um dos ex-alunos da EPTC que hoje se guindou já a boa plana no mundo do espectáculo e da canção. Deliciou-nos, em voz quente, com o fado Gaivota, numa interpretação muito aplaudida. Ouvimos depois poemas que são letras de fados, ditos por actores da companhia. Ouvimos gravações da Amália, acompanhadas pelos estudantes da Escola. Carlos Avilez referiu três outros vultos que simultaneamente se evocam na exposição: o actor Jose de Castro e dois dos maiores fotógrafos de Amália – Silva Nogueira (1892-1958), que a fotografou de 1942 a 1954, e Maria Luísa Gomes (1953-2006), que superiormente a fotografou depois.
            Recorde-se que, como se relata na folha explicativa distribuída na ocasião, esta celebração pretende comemorar o 30º aniversário da recital que Amália realizou, a pedido do Teatro Experimental de Cascais, a 18 de Setembro de 1987, cujos proventos se destinaram a financiar o custo da estátua a José de Castro que viria a ser erguida em Paço d’Arcos. Foi necessário, na altura, «abrir as portas da rua do Teatro Mirita Casimiro, para que o público que não conseguira entrar pudesse ouvir a voz mágica de Amália».
            Agora, não foi necessário abrir as portas, que elas se mantiveram abertas; mas a emoção que pelo Espaço se espalhou não se conteve ali e saiu portas afora, no abraço saudoso à nossa Fadista! E no abraço, evidentemente, a todos quantos estiveram na preparação e concretização de tão feliz iniciativa.
 
                                                                       José d’Encarnação

Publicado em Cyberjornal¸ 2018-03-19:

Quatro dos instantâneos colhidos pela oportuna objectiva
de Maria Luís Gomes. Um primor! A alma surpreendida!

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