De
História já temos provas bastantes que pouco sabem, porque – queiram ou não – a
História é «mestra da vida» e, como o Povo diz, «quem semeia ventos colhe
tempestades», sendo, para isso, necessário saber História para ter ideia do que
é «vento» e do que é «tempestade», noções diferentes das usadas em contexto do
Instituto da Atmosfera e do Mar (outra linda ‘coisa’ que ora inventaram para se
ter novo logótipo e baralhar a escrita ou simplificá-la, porque se duvidava
sempre se era ‘metereológico’ ou meteorológico!...). Quanto ao Português, os
atentados são diários e o que mais nos admira é não haver quem ponha cobro
nisto.
Já
todos nos entendemos em relação à presidenta. Não há como escapar: é
presidente, substantivo comum-de-dois, como rezavam as gramáticas (não sei o
que ora rezam, porque também aí os teóricos gostam de atrapalhar os
sexagenários como eu). É presidente, é lente, é crente… quer seja do género
feminino quer masculino.
Descobri
agora uma outra novidade, que deve ter saído de um bestunto inteligente: uma
senhora que tenha a categoria de técnico superior é… técnico superior! E como
tal se tem de assinar! Como se uma senhora que tenha o cargo de direcção de uma
Escola seja, obrigatoriamente, «o director». Ou seja: esse do tal bestunto que
isso ordenou oficialmente (e digo isto, porque me está a aparecer na
identificação de funcionários públicos) não sabe distinguir a função da pessoa
que a exerce! A função é masculina, a pessoa é masculina ou feminina se o seu
nome for masculino ou feminino.
Já a mesma
inépcia verbero constantemente a propósito de umas normas que há sobre o modo
de citar bibliografia, emanadas, ao que parece, de um grupo de estudiosos para
o efeito nomeado. Aconteceu (esta é a minha ideia!) que, no momento em que
estavam a escrever as regras, se não aperceberam que o computador umas vezes
põe hífen, outras travessão conforme lhe dá na real gana. Não viram, pronto! E,
como numa das regras onde deve estar um travessão e não um hífen (que têm funções
diferentes na frase, como vulgarmente se sabe…) saiu um hífen, por mais que a
gente barafuste, tem de se pôr hífen, tem de se pôr hífen, mesmo que se saiba
que está incorrecto.
Eu já escrevi
lá para a Biblioteca Nacional de Portugal, que é (segundo me disseram) o sítio
onde podem fazer alguma coisa para emendar o erro. Respondeste-me tu? Assim
responderam eles! Nem sequer acusaram a recepção!
Que é que se
lhes há-de fazer?!...
Publicado no quinzenário
Transcrevo, com a devida vénia, os comentários que foram inseridos no meu mural do facebook e que agradeço:
ResponderEliminarZelia Marques Rodrigues: Pelo que tenho "visto e ouvisto" nos últimos tempos, a ignorância dos nossos governantes não se fica apenas pelos campos da História e do Português....
Cristina Barros Moreno: Realmente, professor, vivemos numa época em que quem devia não dá valor nem à História nem ao Português, só às matemáticas que são essas que nos subtraem os ordenados!!!!