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Cabeça no ar, é o que é! Quando é que vais aprender a ter juízo?
Retirado, com a devida vénia, da história de Johnny cabeça no ar |
Enviaram-me
por correio electrónico a informação, com calendário apenso, de que este mês de
Maio iria ter cinco sextas-feiras, cinco sábados e cinco domingos. De acordo
com uma crença chinesa, dizia, não só essa oportunidade só acontecia uma vez na
vida da gente (de 823 em 823 anos!), como era de muito bom agoiro e haveria
fortes possibilidades de, em quatro dias, eu vir a encher os bolsos de
dinheiro! Achei piada, porque já o ano passado me haviam dito a mesma coisa e…
dinheiro, viste-o?!...
É,
porém, tão grande a vontade de se enriquecer facilmente (bastava colar a
mensagem no mural…) que nem sequer se olhava para o que nos diziam, assim com
olhos de ver. É que o calendário não era o de Maio nem tinha esses tais dias cinco
vezes seguidas e, além disso, já em Dezembro passado se verificara essa sequência,
que voltará a acontecer em Março do próximo ano e, se Deus quiser, ainda havemos
de cá estar.
Outro
caso: uma das minhas vizinhas começou a achar estranha tanta chilreada. Donde é
que vem, donde é que não vem… Vinha do contentor do lixo. Alguém pusera lá uma
gaiola com três bonitos canários, que, resgatados, foram, naturalmente, distribuídos
pela vizinhança. Nem ouso comentar!
Recorro
amiúde aos serviços de uma instituição de saúde, obviamente muito frequentada
nos tempos que correm. Há sempre mais anciãos do que eu a entrar ou a sair ou
pessoas com canadianas ou senhoras. Gentilmente, porque minha mãe assim me
ensinou, abro a porta e deixo passar. Agradeces tu? Assim agradecem eles! A
maior parte das vezes nem «água vai!». Outro dia, voltei-me para a menina da
recepção:
‒
Já viu? Nem boa tarde dizem!...
‒
Ah! Sr. José, não ligue! É assim, raramente alguém agradece, quando facilitamos
a entrada ou a saída. É assim.
E
dei comigo a interrogar o Bom Senso e a Boa Educação:
‒
Por onde é que andam vocês, meus malandros?
José d’Encarnação
Publicado em Renascimento
(Mangualde), nº 729, 15-04-2018, p. 11.
Milú Balsemao
ResponderEliminarAlgumas nem bom dia... Enfim!
Forte abraço para ti.
ResponderEliminarSandra Neves
Bom dia prof. É mesmo assim que acontece. E eu que estou nas urgências de um hospital...é repetitivo e diário. Enfim…
Teresa Losada
ResponderEliminarQuando isso acontece, sou eu que agradeço; e, mesmo assim, ficam a olhar para mim, sem perceber que é uma chamada de atenção.
Manuel Fernando Marques Inácio
ResponderEliminarE tem muita razão! Na generalidade é assim! Mas... eu, em voz alta, "e bom som" agradeço por eles. Alguns percebem!
António Silva Pina
ResponderEliminarNovo normal...!!! Abraço.
Luis Maia 18/4 às 18:18
ResponderEliminarPrecisamente! A educação aprende-se em casa!