terça-feira, 24 de abril de 2018

O silêncio de Jacinto Luís

             Inspirado na abertura do catálogo, da autoria de Edgardo Xavier, que apresenta Jacinto Luís como «um pintor do silêncio», Pedro Lima de Carvalho optou por chamar «Silêncio» à exposição inaugurada no sábado, 21, na Galeria do Casino e que aí se manterá até 15 de Maio.
            Considera Edgardo que poderá ser o silêncio uma das características das pinturas agora expostas, por estarem como que despojadas de tudo o que poderia provocar ruído, distrair os sentidos.
            E confesso ser esse, de facto, o sentimento estético e emocional que a contemplação desses quadros me despertam. A luz que deles se desprende, quer das naturezas mortas quer mesmo das paisagens. Encantam-me esses marmelos solitários, quase hieraticamente postados em taças no armário da cozinha.
            Um achado o enquadramento que o pintor vai repetindo, como variações sobre o mesmo tema, mas sempre com essa luz que só quem sabe dominar a rigor o colorido é capaz de transmitir.
            Uma «comunicação que decanta o real», como observa Edgardo Xavier, para só nos transmitir a maviosa pureza de linhas quase imperceptíveis.
            Apetece, em silêncio, sentarmo-nos diante das telas, a saborear a mensagem dessa fruta assim elevada a tão alto grau de perfeição.

                                                        José d’Encarnação

Publicado em Cyberjornal, 2018-04-24:

2 comentários:

  1. Efectivamente un "silencio" que nos habla al alma, que nos emociona, una naturaleza "viva", esencial, llena de luz que nos complace a los sentidos.

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