Acolhimento
é palavra que diariamente nos assalta, ilustrada pelas imagens lancinantes de
tantas famílias que fogem dos cenários da guerra sobretudo no Médio Oriente. Um
prato que fazem questão em nos servir às refeições, saberemos quiçá, um dia,
com que real finalidade, pois os respons áveis
das nações continuam a dar mais importância aos benefícios que a guerra lhes
traz, mesmo que, para os auferirem, os direitos humanos sejam mui religiosamente
postergados…
S.
Brás de Alportel consagrar-se-á, porém, como um dos oásis procurados não por
esses refugiados exangues mas pelos europeus, que vão sabendo que por aqui podem
contar com um clima apreciável, uma biodiversidade preservada e mui singular
hospitalidade.
Regozijo-me,
por conseguinte, que a autarquia são-brsaense tenha criado, em 27 de Novembro
de 2006, o Centro Local de Apoio à Integração
de Migrantes. Na edição do mês de
Março (p. 31), se fez um balanço da actividade que o Centro vem desenvolvendo, digna,
sem dúvida, do maior encómio, pelo que representa de atenção
às pessoas por parte da Câmara Municipal.
Nessa
local se anota que, de acordo com os dados oficiais, S. Brás tinha, em 2016,
10 662 residentes que integravam 51 nacionalidades diferentes. 10% da população ! E sublinhava-se que essa diversidade cultural constituía
«uma das maiores riquezas do concelho», justamente porque as diversas
instituições locais lhe estão a prestar a maior atenção .
Dentre elas, cumpre naturalmente destacar o Museu do Trajo através das múltiplas
actividades que apoia e que fomenta.
A
intenção é continuar. E bom seria
que «migrantes» fossem também, cada vez mais também, descendentes dos
são-brasenses que, nas décadas passadas, se viram forçados a procurar subsistência
em outras terras de Portugal e do estrangeiro. Até para proporcionarem, com o imprescindível
apoio camarário, a reabilitação de
tantas habitações e propriedades agrícolas que por aí jazem abandonadas.
José d’Encarnação
P. S.: Congratulo-me com o
interesse despertado pela crónica da passada edição
acerca duma festa de beneficência no Corotelo. Realço o comentário de Sofia
Silva, que agradeço:
«A
minha família é da zona interior do concelho de Loulé e também por lá se
fizeram muitos eventos destes… Como a minha avó dizia “eram tempos de miséria”.
Como eu digo, eram tempos com gente de muito valor!
Deu-me a curiosidade… Será que não se trata de Agosto de
1957? Nesse ano, os dias 17 e 18 são ao fim de semana…»
Fica
assim esclarecida a data: 1957!
Publicado em Noticias de S. Braz [S. Brás de Alportel] nº
258, 20-05-2018, p. 13.
marizebrito@sapo.pt
ResponderEliminarsábado, 19 de Maio de 2018 18:21
Muito obrigada pela sugestão. De facto, neste mundo global, fará sentido a palavra estrangeiro?... Afinal somos todos habitantes desta grande casa que, às vezes, tanto maltratamos... Ainda bem que S. Brás gosta e sabe receber bem!
De: Maria Manuel Valagao
ResponderEliminardomingo, 20 de Maio de 2018 11:30
Olá Zé,
Obrigada por ires pontuando sobre coisas.
De facto, S. Brás tem cada vez mais, todos os dias aumentam os fluxos, pessoal de nacionalidades diferentes.
Migrantes,
veraneantes,
residentes,
tudo compõe um muito simpático e diversificado jardim humano naquela terra.
MM
De: victor brito
ResponderEliminarsábado, 19 de Maio de 2018 11:12
Essa preocupação com a felicidade dos outros é mais uma virtude digna de registo que
caracteriza o traço distintivo da personalidade do meu ilustre amigo e patrício José d'Encarnação.
Bem haja!
VB
Generosidade sua, Amigo Victor!
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