Recorto o que
escrevi em Cascais e os Seus Cantinhos
(2002, p. 50-51):
«Eles por aí
vinham, de Birre até à Barraca de Pau, do Zé Martins, e iam arrolando gente.
Era no
primeiro de Maio.
Ninguém
trabalhava nesse dia. Não se traziam da cova os blocos a-pau-e-corda; não se
esponteirava um forro, nem brita se podia fazer.
Era sagrado o
dia.
E eles por aí
vinham, de garrafita de aguardente, figos secos (que haviam sobejado da safra
do ano atrás), se calhar um punhado de bolotas. E batia-se à porta deste e
daquele, para «atacar o Maio».
Penso que
acabava tudo, mais para a banda de lá que para a de cá, na Taberna do João
Gordo, no Cobre.
E jogava-se ao
burro, ao chinquilho, ao dominó, às cartas… quando não se abalava até para as
bandas da Guia, a juntar-se a outro grupo que por lá andava a preparar a
caldeirada.»
José
d’Encarnação
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