quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Informar pela positiva

Recebo diariamente as primeiras páginas dos jornais.
Num deles, a primeira página traria, a 27 de Outubro, os seguintes títulos:

– Morre a caminho de assinar divórcio
– Felgueiras: Jogo fatal para jovem
– Gaia: Colhido à porta da escola
– Lisnave: Homem electrocutado

E no mesmo jornal, no dia seguinte:
– Covilhã: Furtava em residências
– Faro: Queda mortal de idoso
– Porto: Fogo em casa intoxica
– Lever: Acidente fere quatro
– Ermesinde: Agredido em assalto

E pensei de mim para comigo: que país este, onde, em primeira página, só desgraças acontecem? Daí a deduzir que, primeiro, eram as desgraças que chamavam os leitores (adoramos sentir as dores alheias!...) e, segundo, que poderia haver, por detrás de toda essa chamada de atenção, uma maquinação diabólica lançada no sentido de cada vez mais nos menosprezarmos como país, como comunidade vivendo – como dantes se dizia – num jardim à beira-mar plantado...
Acho que há maquinação. Acho que devemos lutar contra ela. E aplaudo, por isso, os programas televisivos que estão a ser passados ultimamente, em que se fala do regresso ao campo, em que se mostram exemplos de optimismo e de mui válidas iniciativas.
E certamente também não foi indiferente a essa onda de pessimismo desenfreado (telecomandado, não tenhamos dúvidas!...) que recebi uma outra mensagem, intitulada «Eu conheço um país», veiculando (anotava-se) um texto de Nicolau Santos, director-adjunto do Expresso, em que se mostrava muito do que Portugal tem de bom. Dou apenas quatro exemplos:

«Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE.
Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.
Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus.
Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.»

Somos nós, os Portugueses!

Publicado no Jornal de Cascais, nº 242, 9-11-2010, p. 6.

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