terça-feira, 30 de abril de 2019

Comunhão em terras de xisto



Aqui estou sentado
na pedra lavada
de ventos cortada
de águas batida.

                                               Hesita, sereno, o Sol no além…

Há melros, pardais,
pio solto lançado,
em adeus de «até breve!» –
que amanhã, bem no sabem,
outro dia virá!

Aqui estou sentado
na pedra lavada
por águas batida
por ventos cortada!

Não quero ver horas,
não quero ter pressas,
não quero aviões!...

                                               Valados de pedra solta,
                                               abrunhos roxos silvestres,
                                               amoras jovens lembranças,
                                               lagartixas d’olhos doces…

                                               E os bois lavravam a terra,
                                               alvéloas seguiam atrás,
                                               olor a ventre fecundo,
                                               qual deus de regaço em flor…

Visão encantada d’outrora,
na tarde que ora se esconde.

                                   Este condão guardam as terras de xisto,
                                   saudosas, hoje, de bois e de arvelas,
                                    de relhas de arado e de grão a acolher
                                   no quente aconchego dum seio maternal.

Mas…
há nó na garganta,
a voz já não sai
pra gritar esp’rança,
gritar comunhão…
E há que gritar!

                                   Cascais, 12-02-2013

                                                                                              José d’Encarnação

Publicado em O Sol é Secreto [poetas celebram Eugénio de Andrade]. Edição da Câmara Municipal do Fundão e da Casa de Poesia Eugénio de Andrade. Fundão, 2019. [ISBN: 978-072-8959-4-0]. p. 84-85.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

A inscrição na capela da Bicuda

            Desta vez, ganhei! Ninguém ousou sugerir uma localização para a inscrição de que apenas mostrei uma parte.
                     Ela aí vai toda e diz o seguinte, em língua latina:

                                                JOAQVIM NVNES EREIRA
                                                ANNO DOMINI MCMXLIV
                                                HOC TEMPLVM FECIT



            O que significa:
            «Joaquim Nunes Ereira fez este templo no ano do Senhor de 1944».
            Trata-se da capela da Quinta da Bicuda, que tem como orago S. José. Situa-se no limite noroeste do Lugar da Torre, freguesia de Cascais, junto ao que foi o «caminho da Areia» (hoje, Estrada Nova), paredes-meias, digamos assim, com o pinhal da Marinha.
            Ao contrário do restante espaço, que era «o bairro», a capela não foi vendida e mantém-se, mui louvavelmente, na posse da família Ereira. O demais foi destruído e transformando em condomínio.
            Ocupava a capela lugar proeminente no referido bairro, que estava destinado a alguns dos mais credenciados trabalhadores da quinta, uma exploração agropecuária verdadeiramente modelar.
            No centro do bairro, havia o poço, que deixou de ter préstimo assim que se colocou, junto à sacristia da capela, uma torneira para abastecimento dos moradores. Ao fundo, a casa da malta, à boa maneira ribatejana (Joaquim Nunes chamou-se Ereira por ter vindo da Ereira, aldeia do concelho do Cartaxo), para albergar os trabalhadores sazonais, a escola e a casa da professora.
            De cada lado do U, casinhas térreas, de janelas com verdes persianas de madeira, onde se vazara a imagem de uma galinhola, símbolo da quinta, desse pássaro aí abundante viera o nome «bicuda». À frente de cada casinha, o jardim que cada qual alindava à sua maneira. No pinhal a noroeste, o espaço para as capoeiras, também elas de cada agregado familiar, a que se juntavam, numa parcela destacada do terreno a norte, as hortas.
            Repita-se: 1944! Onde há hoje aí – 75 anos passados!... – essa consciência social e comunitária?
                                                                                    José d’Encarnação

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Uma revista ou um tratado?

             Propriedade de Estoril-Sol (III) – Turismo, Animação e Jogo, S. A., e apresentando-se como revista dos casinos Estoril, Lisboa e Póvoa, Egoísta, de periodicidade trimestral, é dirigida por Mário Assis Ferreira e tem Patrícia Reis como editora.
         Justifico a pergunta do título: é que, por estarmos perante números temáticos, em que pontificam os mais distintos escritores e pensadores, os textos com que somos brindados e a mui surpreendente roupagem gráfica em que vêm envolvidos, mais nos fazem pensar em tratados, à maneira dos antigos, a dissecar à exaustão e com brilhantismo os temas escolhidos.
            Dir-se-á que, por mais estranho que um tema possa parecer, ele se integra sempre em algo de profundamente actual, cingindo-se na sua explanação a argúcia da análise com a sábia ironia que ainda melhor escalpeliza comportamentos e maior reflexão desperta.
            E logo as capas dão o mote.
            Assim, prenhe de eloquência se mostra a capa do nº 65 (Setembro de 2018). Agarraram-se nas mãos de Deus e do Homem representadas a quererem tocar-se no célebre painel de Miguel Ângelo, na Capela Sistina, e pôs-se-lhes de permeio um fio de arame farpado novinho em folha! Que melhor anátema para aliciar à leitura do número que trata de fronteiras? E, no rodapé, a frase de Kofi Annan, Prémio Nobel da Paz em 2001: «O problema não é a fé, mas sim os fiéis».
            O nº 66 (Dezembro) trouxe perspectiva diferente sobre o Natal: «Era uma vez…». O mundo das histórias infantis, os segredos que revelam, as mensagens que veiculam. Na capa, negra e táctil, o olhar oblíquo e quase fosforescente do lobo mau. Em rodapé: «Se o dragão não estiver por perto, há sempre um lobo nos caminhos». Conta Assis Ferreira, no editorial, ao recordar as estórias da sua (e nossa!) infância, a voz da Mãe, «o táctil apelo do seu regaço»…: «No seu embalo, fui herói e vítima, enfrentei a malícia do lobo mau, fui cúmplice nas mentiras do Pinóquio, fui crente – e interesseiro – na prodigalidade de um Pai Natal»… É curioso! Acaba de ser lançado, nesta mui estranha Primavera de 2019, um disco, em que artistas de agora cantam «A Ti Anica de Loulé», «Indo eu, indo eu a caminho de Viseu» e outras melodias que fizeram os encantos da nossa meninice e fazem, ainda hoje (felizmente!), as delícias de nossos netos, mesmo que não compreendam totalmente o significado dos versos, inebriados, porém, pelo embalar da melodia. Porque será este retorno à infância? Porque a população está a envelhecer e estes verdíssimos anos se relembram? Ou porque, na verdade, há dragões por perto, um lobo mau pelos caminhos, mesmo aqueles que imaginávamos mais luminosos?...
            Ainda desse número, o apelo de Assis Ferreira: importa incarnar o sonho, não perder a capacidade de o ter, «como se o mundo não fora o que existe, mas o que pode acontecer; como se o happy ending de uma estória fosse a arte de saber quando se fecha o livro e se aprende a inventar o seu desfecho».
            A acompanhar a Egoísta de Março (o nº 67), sobre «O Destino e a Vida», de que se falará, leio no cartão manuscrito do director: «Só quem vive sofre; só quem sofre sonha; só quem sonha vive!».
                                                                       José d’Encarnação
Publicado em Costa do Sol Jornal (Cascais), nº 277, 2019-04-17, p. 6.

terça-feira, 16 de abril de 2019

A enfermeira no museu

             Inaugurou-se, com pompa e circunstância, no dia 6, o Museu Municipal Pedro Nunes, em Alcácer do Sal. Nasceu, de facto, em Alcácer o sempre recordado inventor do nónio, que de sua naturalidade tinha orgulho, pois se assinava «Salaciense».
            Com muito orgulho ficaram também os habitantes desta antiquíssima localidade à beira do Sado, na medida em que este seu museu, instalado numa antiga igreja também ela de grande tradição e agora bem recuperada, lhes conta, através dos objectos nele expostos, uma história de milénios, deveras singular.
            Servem para isso os museus: para nos reconciliarem com o Passado e nos darem conta de que, afinal, somos elos de uma longa cadeia, que nos compete não quebrar, pela preservação do antigo que é notável e do presente que reputamos o possa vir a ser.
Painel à entrada do museu
            Mais do que notícias sobre museus, porém, os noticiários falam, hoje, de enfermeiros e das suas reivindicações. Por isso, não quis deixar para mais tarde dar conta duma outra emoção que tive, quando, a 28 de Maio passado, visitei, em Londres, junto ao Saint Thomas’ Hospital, o Florence Nithingale Museum. Não se evoca aí o passado de um povo ou de uma região: é um museu pessoal, construído em torno da vida de uma pessoa, Florence Nithingale (1820-1910), bem conhecida da classe dos enfermeiros, porque o seu juramento profissional se baseia no juramento desta enfermeira:

F. Nithingale, por H. Lenthall
            «Livre e solenemente, em presença de Deus e desta assembleia juro: dedicar minha vida profissional ao serviço da humanidade, respeitando a dignidade e os direitos da pessoa humana, exercendo a Enfermagem com consciência e fidelidade; guardar, sem desfalecimento, os segredos que me forem confiados…».

            «A Dama da Lâmpada», como ficou a ser mundialmente conhecida, por usar uma lanterna a fim de poder, de noite, tratar os feridos na Guerra da Crimeia (1853-1856), onde, na verdade, se notabilizou, Florence Nithingale constitui o modelo para quantos exercem esta profissão. O museu mostra a verdadeira Florence, «uma mulher de muitos talentos e… defeitos»; explica porque a devemos recordar hoje. Um verdadeiro hino à nobre função dos enfermeiros!
            Fui lá a acompanhar um dos meus netos, de 5 anos, que precisava de responder às questões que, na escola, lhe haviam proposto. Aliás, no próprio museu existia um livro de inquérito para as crianças. Como arqueólogo, gostei de saber que Florence tinha como talismã uma pequena coruja que apanhara na acrópole de Atenas e a que dera o nome de Atena…

                                                                       José d’Encarnação
           
Publicado em Renascimento (Mangualde), nº 752, 2019-04-15, p. 11.



quarta-feira, 3 de abril de 2019

Miga-lhe pão dentro!

            Ao meio-dia, o capataz dera ordem para almoço. Serviram uma sopa quente. O Joaquim queixou-se ao patrão, que lhe respondeu:
            – Assopra-lhe!
            No final do dia, o Joaquim, que viera como os outros para a esgalha da cortiça, não quis continuar ali e mudou de patrão.
            A cena repetiu-se: sopa quente, queixume; mas agora a resposta foi outra:
            – Põe-lhe água fria!
            Não lhe servia o patrão e o Joaquim despediu-se.
            Terceiro patrão, terceira sopa quente, terceira queixa, terceira resposta:
            – Miga-lhe pão dentro!
            E o Joaquim ficou.
            Contou-me meu pai esta história, ele que também trabalhara no Alentejo, pelos anos 30. Uma história que, na sua singeleza, mostra, por exemplo, a importância da sopa e do pão no que hoje chamamos a ‘dieta mediterrânica’, que é, no fundo, o modo tradicional de comer no Sul de Portugal; e também as dificuldades por que se passava então.
            Muito se fala hoje dos comeres, porque a gastronomia se tornou património identitário e a culinária ganhou requintados foros, com o aparecimento daquele jeito de alindar o prato com duas ou três coisas, a que se dá o nome de gulodice (gourmet é o termo), porque se percebeu que são os olhos que comem e o estômago que jejue, porque lhe faz é bem!
            Era assim. Nossos avós sabiam como se deviam amanhar em tempo de fartura, para, aquando de eventual penúria, terem com que se aviar. Frigoríficos não os havia. Na arca antiga se guardava, em sal, a carne do porco que se matara. Minha mãe, quando a bom preço se compravam dois centos de sardinhas, arranjava-as a preceito e guardava-as em salmoura, para se comerem mais tarde. E aqueles carapauzinhos alimados? E a petinga que se escondia depois nas papas de milho?...
            Sim, como canta o Rodrigo, se, até há pouco, coentros e rabanetes não iam à mesa do rei, agora vão os coentros, os orégãos, o alecrim, o poejo (ai, essa sopinha de poejo e esse fresquinho licor do mesmo!...) e até se descobriu o significado último da frase «quem tem fome cardos come», porque os tronquinhos carnudos desses cardos que, na Primavera, se espalham pelo campo, ripados a primor, dão uma sopa com feijanito encarnado de comer e chorar por mais!...
            Feijanito? O diminutivo bem português que, na comidinha, amiúde se usa para mostrar o que é nosso até no modo de falar!... Amigo, vai um jantarinho de grão?

                                                           José d’Encarnação

Publicado em Renascimento (Mangualde), nº 751, 2019-04-01, p. 11.


Prato de carapaus alimados.
Fotografia retirada, com a devida vénia,
do blogue turismodoalgarve, onde ilustra a receita
de Margarida Tomás, a 14.3.2011



Publicidade a um jantarinho de grão

E a bala perfurou o espelho!

            Tenho um quadro abstracto, a que a autora, Stella de Brito, deu o título de «Anjo». Passo por ele muitas vezes ao dia e raro é aquele em que não vejo nessas manchas cromáticas, em que o vermelho se casa com o escuro, o palpitar de um grande coração. E figura de anjo não na enxergo.
           Na peça ora em cena no Mirita Casimiro, «O Beijo de Judas», de David Hare, tradução e dramaturgia de Graça P. Corrêa, cenografia e figurinos de Fernando Alvarez, encenada por Carlos Avilez e que teve antestreia a, 27, Dia Mundial do Teatro, há um grande espelho, que nos permite a visão do verso e do anverso. Não falei com o Carlos nem com o Fernando e preferi – tal como em relação ao quadro da Stella – imaginar eu próprio a razão por que, no 1º acto, «Decisão de Ficar», passado em Londres em 1895, tudo se reflecte nitidamente na superfície espelhada, e, no 2º, «Decisão de Partir» (Itália, 1897), houve uma bala que, bem no centro, estilhaçou o espelho, mas não o logrou inutilizar: tudo continua a ser nele reflectido, mas com um rasto trágico, violento, bem visível…
            Não sei, portanto, a razão ‘oficial’ e podem tanto o Fernando como o Carlos vir desdizer-me acerca do que pretenderam sugerir nesta 160ª produção do TEC. Para mim, porém, despertou-me esse espelho fascínio enorme, pelo significado que, perante a narrativa, dele se pode desprender: há uma visão da realidade, do amor partilhado entre dois seres, uma visão pura, independente das convenções, cada qual a sente viva ao ver-se ao espelho; a agressão alheia, incómoda, brutal, veio toldar-lhe a pureza, restaram estilhaços, mas também esses se aceitam e, porque incómodos, obrigam a uma outra reflexão.
            Chocar-nos-ia o ambiente criado, com aquela enorme cama a ganhar relevo de «personagem» principal, palco de um «delito»; compreendemo-lo agora, uma vez que à partilha amorosa já se atribui um significado despido de anquilosantes peias. Para o Óscar Wilde dos últimos anos do século XIX, condenado a trabalhos forçados por admitir publicamente um amor proibido – amores proibidos, aliás!... –, olhamos hoje com outro olhar.
            Todos os sete actores vão magnificamente. Todos. Há, todavia, uma palavra que não se pode omitir: EX-CE-LEN-TE. Assim, soletrada devagar para que se compreenda bem; e em maiúscula, para que não escape. É que a interpretação de Renato Godinho, nado e criado na escola do TEC, se situa entre o que de melhor tenho visto nos últimos tempos. Além de o papel lhe ter exigido grande esforço, porque permanentemente em cena, revela um à-vontade invulgar na incarnação do personagem, nada fácil, diga-se, nos altos e baixos que as circunstâncias ali retratadas impõem. Não, não é uma representação – e que os espectadores se desenganem! Não. Renato Godinho é o personagem vivo. Todo ele. Numa naturalidade espantosa, que só um grande actor consegue ter. Contida naturalidade do gesto, das palavras, dos expressivos monossílabos. Da expressão de ternura ao pedido de dinheiro por parte de quem ora se vê na penúria. Quase no final do espectáculo, como que em jeito de longa mensagem, sentado, ao lado de sucessivos copos de brande e de um cigarro atrás do outro, Renato Godinho / Óscar Wilde proclama a liberdade de amar, a liberdade de criar…

                                                                                              José d’Encarnação


Publicado em Costa do Sol Jornal (Cascais), nº 275, 2019-04-03, p. 6.

terça-feira, 2 de abril de 2019

Vestir as árvores... na Marinha Grande!

               De muito louvar todas as iniciativas tendentes a mostrar aos jovens que, afinal, somos cidadãos do Mundo e que cada país tem uma identidade a respeitar, por nela se consubstanciar toda uma memória a enriquecer.
            Tanto a imaginação dos docentes como a dos estudantes não têm limites – não podem ter limites! – para o incremento dessa mui importante consciencialização.
          No caso da Escola Calazans Duarte, da Marinha Grande, que tem, por exemplo, uma publicação mensal – o P&V (Ponto & Vírgula) – aberta à colaboração de professores e de alunos, essa dimensão universal ganhou asas. Para já, o P&V de Março foi dedicado à Lusofonia e teve direito a ser suplemento do jornal local, com artigos sobre as sete partidas do Mundo por onde andaram portugueses.
            E foram mais além: vestiram hoje seis árvores no jardim da Escola com mantéis feitos com bandeiras, em croché, de 26 países – como as imagens documentam!
          Uma obra deveras singular, emotiva, em que toda a Comunidade Escolar briosamente se empenhou!
            Parabéns!
                                                       José d’Encarnação

Publicado em Cyberjornal, edição de 2.03.2019:
 
                                                                               

segunda-feira, 1 de abril de 2019

O casal saloio de Outeiro de Polima

               Acertou quem viu na fotografia o casal saloio localizado em lugar de destaque, junto à estrada principal do lugar de Outeiro de Polima, na freguesia de S. Domingos de Rana.
              Está sensivelmente entre duas villae romanas: a de Freiria, ao fundo da encosta para norte, e a do Outeiro, de que a implantação do depósito de água, sem prévia sondagem arqueológica, destruiu parte.
          O facto de poder apresentar-se como exemplo típico do casal saloio e a sua relativa boa conservação no que respeita às linhas arquitectónicas exteriores fizeram com que houvéssemos lutado para que a autarquia cascalense o adquirisse, a fim de nele se instalar um equipamento cultural. E essa aquisição concretizou-se. Felizmente.
          Deste modo, a sua localização em plena zona agrária do concelho e junto de duas villae romanas presta-se a que nele venha a ser criado um pólo museológico que mostre a vertente da exploração agropecuária desse interior de Cascais ao longo dos tempos. A ideia está a ganhar forma e só se necessita da candidatura a um projecto financiável para que ela venha a concretizar-se.
            Alguém dizia que há vários destes casais pelo concelho. Há, pois. Importa que sejam dados a conhecer e que os proprietários sejam incentivados a, mesmo renovando-os, lhes manterem a traça local. Recorde-se que a Associação Cultural de Cascais atribuiu a dois casais do centro de Manique o Prémio de Restauro – Arquitectura Popular, precisamente para incentivar outros proprietários a seguirem o exemplo que, em boa hora, esses dois lograram dar.

                                                                       José d’Encarnação