segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Ainda há bucolismo no quotidiano de S. Pedro do Estoril!

             Poderão surpreender duas das fotografias patentes no nº 35 de Cai Água, Boletim do Núcleo de Amigos de São Pedro do Estoril referente a Dezembro, que acaba de ser publicado.
         

           Deveras interessante este número, designadamente porque ilustrado com excelentes fotografias, entre as quais duas, curiosas, que nos mostram, uma, um rebanho de ovelhas vigiadas por um ‘pastor’, outra, vacas também a pastar. Imagens invulgares ou mesmo bucólicas presentes ainda no quotidiano de São Pedro do Estoril. «A nossa Aldeia», comenta-se, «quer ter razões para se sentir moderna, mas pacata e tranquila longe do burburinho e corre-corre deste mundo». «Saudamos o século XXI e, ao mesmo tempo, somos contemporâneos de épocas remotas, quando tudo por aqui eram campos de cultivo. Por isso, nesta diversidade, São Pedro revela-se como terra especial de muitos encantos e… recantos!».
            Chama-se a atenção para aqueles recantos que necessitam de ser melhorados; refere-se o estado em que se encontra a Ponte Filipina e o leito da ribeira que sob ela passa e onde a incúria de alguns não se inibe em deitar lixo de jardim.
            Apela-se para que os donos de canídeos se não esqueçam de levar, no passeio com os seus animais, os saquinhos para recolha dos respectivos detritos.
           Aponta-se a necessidade de criar rampas nos acessos à estação e à passagem inferior, mormente quando os elevadores estão parados é difícil passar com um carrinho de bebé ou uma cadeira de rodas.
             Assinala-se, com pesar, a morte de Irene Prata, autora das quadras que comentaram os cerca de 1000 provérbios mencionados no livro Provérbios para sorrir ou reflectir. Faleceu a 9 de Julho. Alguns dos poemas que escreveu em homenagem a São Pedro do Estoril são ali transcritos.
            Solicita-se apoio dos amigos para a única instituição que existe em São Pedro, no âmbito da solidariedade social, que é o Centro Social Paroquial de São Pedro e São João do Estoril, que tem as valências de berçário, pré-escolar, centro de dia e apoio domiciliário em várias vertentes; confecciona 600 refeições diárias muitas das quais são entregues ao domicílio.
            Referência, ainda, à Companhia de dança Paula Marques, com imagens de espectáculos que foram realizados.
            Enfim, um boletim que honra o Núcleo de Amigos de São Pedro do Estoril. Parabéns!
                                                                       José d’Encarnação

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Rua João da Câmara Pestana, em Birre

            Tinha razão a Profª Luísa Bernardes – que, durante anos, teve a seu cargo a vetusta escola de Birre – ao afirmar que esta era uma das raras artérias de Birre a que não fora atribuído nome de flor, numa altura em que os poderes autárquicos seguiam a mui sadia prática de estabelecer áreas toponímicas: a um bairro, nomes de árvores; a outro, de navegadores; a outro, de escritores… Hoje, a desorganização é total e não é raro, com os previsíveis inconvenientes, encontrar-se o mesmo nome dado a dois arruamentos na mesma freguesia!
            Persistem em Birre duas placas mui singulares, como pode ver-se pela imagem.
            A outra assinala uma rua praticamente inexistente, porque a incúria dos serviços municipais permitiu que uma artéria pública fosse ‘apanhada’, sem mais nem menos, por um dos proprietários vizinhos. Não é rua, apesar do nome, é um carreiro; mas pugnamos por que a placa identificativa não saia de lá, a fim de mostrar que esse Birre de Baixo, aninhado em torno da escola pública, uma das primeiras escolas republicanas do concelho de Cascais, constituía um importante centro da ideologia republicana, como, aliás, se documenta pelas inúmeras iniciativas que, nessa segunda década do século XX, ali foram levadas a efeito. Uma história ainda por contar!
            Lê-se perfeitamente a legenda justificativa da homenagem. Honra seja feita aos executivos das sucessivas juntas de freguesia que – sem excepção – muito prezam a manutenção do monumento, pois que, na verdade, sendo muito embora placa toponímica, de um monumento se trata. Honra ao mérito!

                                                                                  José d’Encarnação

 

domingo, 23 de dezembro de 2018

A agenda cultural do concelho

             Não há muito que, um pouco por toda a parte, se pensou que seria bom distribuir pelos munícipes uma agenda cultural. A palavra «agenda» vem do Latim e significa «as coisas que devem fazer-se»; e a ideia foi mesmo essa: dizer aos munícipes as ‘coisas’ culturais em que eles deviam participar, dentro da variada ementa que os serviços culturais lhes haviam previamente preparado, na mais ampla colaboração com as instituições públicas e privadas.
            Foi ganhando vulto essa iniciativa, inclusive nos concelhos que, à partida, poderiam ser vistos como menos dotados para tal. Certo é que nenhum quis ficar atrás e a oferta cultural foi progressivamente aumentando e assumindo as mais diversas modalidades, desde os concertos às exposições, às visitas de estudo, às caminhadas, às conferências e, até, às oficinas de aprendizagem (hoje mais conhecidas pelo anglicismo workshop) de artesanato e confecções várias – para deleite e utilidade.
            Veio a Internet; os municípios entraram na corrida de querer cada qual ter uma página mais aliciante do que o outro, ainda que, normalmente, se hajam esquecido dois pormenores: conhecer a percentagem de munícipes com acesso fácil à Internet e estudar os meios mais adequados a utilizar para que essas informações sejam, de facto, acessíveis, sem se ter de andar de Anás para Caifás. Confesso que eu próprio – incluível, por força da minha actividade, no rol de cidadãos que com maior ou menor destreza maneja o rato do computador – amiúde me vejo em palpos de aranha para conseguir chegar nalgumas páginas de municípios à informação pretendida.
O cuidado em escolher capa sugestiva


            Sirva este preâmbulo para enaltecer a clarividência da Câmara Municipal de S. Brás de Alportel, pelo facto de, resistindo heroicamente ao vagalhão da moda, ter mantido em papel a sua agenda mensal. Devidamente actualizada, não dá conta apenas do que vai ser o mês cultural oferecido aos são-brasenses como proporciona também ensinamentos, fala das plantas, dos animais, das técnicas tradicionais, dos ofícios, dos monumentos… enfim, da nossa identidade! Ao folheá-la, com tão bom aspecto gráfico, ilustrações apelativas, facilidade de manuseio (podem as senhoras tê-la sempre na mala, quase não ocupa espaço), São Brás Acontece revela-se imprescindível instrumento para, aqui, melhor se viver o dia-a-dia.
            A toda a equipa, superiormente orientada pela nossa dinâmica vice-presidente, Dra. Marlene Guerreiro, nunca será de mais prestar enaltecedora homenagem! Aqui a presto!
                                                                       José d’Encarnação
Publicado em Noticias de S. Braz [S. Brás de Alportel] nº 265, 20-12-2018, p. 15.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Dormir na forma ou a distracção generalizada

            Chamar-lhe «distracção» é eufemismo, para não se deitarem muitas achas na fogueira. Convir-se-á, porém, que distracção não é mesmo, mas sim desleixo, deixa-andar, despreocupação, «quem vier atrás que feche a porta» e expressões semelhantes, desde que, ao fim do mês, venha o ordenado e «lá vamos cantando e rindo»!...
            Triste cena? Será. Urge travar às quatro rodas? Eu acho que sim; mas… somos felizes, vivemos oficialmente em Democracia e cada qual exerce as suas funções e vive os seus minutos como lhe dá prazer e como lhe deixam!...
            Entristecera-me, há dias, ver um grupo de pessoas entretidas a «mexerem» nos telemóveis, enquanto, no palco, o septuagenário Chris de Burgh nos deliciava (aos outros que o escutávamos com todos os sentidos despertos) com a sua magnífica actuação.
            Sucedeu, contudo, que, num curto intervalo de tempo, ocorreram duas outras situações que mais me fizeram reflectir. E sinto agora a necessidade da partilha. Um dever de cidadania, acho eu, posso estar errado.
       O Gabinete de Comunicação e Imagem de uma instituição universitária, a quem dera conhecimento da promoção que eu fizera acerca da publicação de uma revista, pediu-me que lhes enviasse informações sobre o conteúdo dessa revista, a fim de dele se fazerem eco na próxima newsletter. Claro que me arrepiou o estrangeirismo, assim usado por uma instituição universitária, mas… que se há-de fazer? A moda é mais importante do que a defesa da Língua!... A questão, no entanto, é outra: é que a revista em causa é, nada mais, nada menos, a revista oficial dessa instituição e eu até enviara a ficha técnica e… ninguém leu, ninguém parou um minuto a pensar!
            O outro caso passou-se com uma Câmara Municipal. O munícipe, envergando o seu traje de cidadão, sugeriu que determinado carreiro cheio de buracos, muito concorrido por dar acesso a um hospital, fosse minimamente arranjado. A essa mensagem foi dada resposta, um ano depois, por uma das secções camarárias (digo bem, «por uma das secções camarárias», porque não vem o nome de ninguém!) a informar que «de acordo com a Divisão de Assuntos Patrimoniais e Expropriações, o terreno em causa é de domínio privado, pelo que a Câmara não irá intervir». Um ano passara e, em vez do carreiro, está, há vários meses, uma estrada alcatroada, municipal, que serve o referido hospital e o parque de estacionamento pago mandado fazer pela própria autarquia! Também aqui alguém está a dormir na forma! Na tropa, dormir na forma seria inconcebível. Sorte têm os técnicos dessa Divisão: não estão na tropa!...                                                 
                                                                                  José d’Encarnação
Publicado em Renascimento (Mangualde), nº 744, 15-12-2018, p. 12.

O cinzeiro… deita-se fora?

             Jantar de inauguração do autódromo do Estoril. Ocupáramos uma mesa redonda. Comissários de pista chegaram depois, nós já estávamos instalados e perguntaram se poderiam sentar-se connosco. Acedemos, claro! A refeição foi um suceder de pratos bons, já não me recordo se cada qual se ia servir, creio que sim. Estava-se a aproximar a hora da sobremesa e o Correia de Morais tomou a palavra:
            – Amigos! É, de facto, este um dia festivo, estamos a comer bem, a companhia é deveras agradável e, como se aperceberam, tivemos muito gosto em que partilhassem a nossa mesa. Fomos simpáticos. Quero, porém, dizer-vos uma coisa: quem rouba o cinzeiro sou eu!
            Creio que só naquele momento reparámos bem no magnífico cinzeiro de cerâmica que estava a meio da mesa, com a pista do autódromo estilizada, em relevo. Uma boa recordação, sem dúvida. O Correia de Morais foi o ladrão daquele, mas vários dos comensais não hesitaram em ir à cata doutros.
            Recordo que nos cinzeiros do Tirano, de Alcabideche, estava escrito: «Roubado no Restaurante Tirano»!... Sabe-se bem porquê!
            Dei comigo, outro dia, a verificar que, espalhados pela casa, jaziam vários. Abandonados, tristes, escondidos pelos cantos, como que castigados por terem acoitado vícios. Custou-me vê-los assim, desamparados, sem direito sequer a cuidados paliativos, dado que se lhes antoja morte iminente. Custou-me, porque, se cada velho que morre é uma biblioteca que arde, cada cinzeiro que se perde é um rol imenso de histórias que se esvai. Que amores, que lânguidos olhares, que beijos furtivos entre uma fumaça e outra!.. A tudo, bem discreto, o cinzeiro assistia, em silêncio, sabendo que a cinza nele depositada penhor seria de um fogo que serenamente acompanhara paixões e muitos segredos!
            Havia um grande, pesado, de pedra, em cima da mesa da varanda e decidi ir lá pôr-lhe em volta todos os que encontrei. Fiquei admirado ao verificar que eram tantos, das mais diversas origens, nacionais e estrangeiros. Houve um tempo, de facto, em que cada universidade criava o seu com as suas armas e oferecia. Os restaurantes, como o Tirano, faziam gala em ter o seu nome neles gravado.
            Não deu resultado a cena de juntar todos em exposição. Afigurou-se-nos coisa sem jeito, apesar de haver, na verdade, cinzeiros de fino recorte, alguns pintados à mão, outros expressamente dedicados, por ocasião de congressos ou de reuniões internacionais, em que, naturalmente, se discutia entre um cigarro e outro.
            Há dias, alguém me mostrou um escarrador e sei que os há nos palácios nacionais; uma obra de arte, que se guarda como preciosidade, pois que, hoje, ninguém carece de escarrador. Como ninguém faz gala em usar bacio como aqueles que espreitam nas mesinhas de cabeceira dos palácios… Outros tempos, outros usos, a pôr de lado velharias…
            Pôr de lado? Escarradores e bacios palacianos de lado não se estão a pôr. ¿E o cinzeiro que te faz recordar aquele passeio romântico, aquele jantar (não, eu não fiquei com nenhum do autódromo, pelo simples motivo – confesso – que já não chegaram para mim, preferi roubar um queijo da serra…), aquelas férias…?
            Não, acho que não: o cinzeiro não pode deitar-se fora!

                                                                                  José d’Encarnação
Publicado em Costa do Sol Jornal (Cascais), nº 263, 2018-12-19, p. 8.

 

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Um bucolismo a entrar pelas cidades…

            Gosto de serenar após o almoço. Comodamente sentado, a ouvir o bater cadenciado do relógio de sala. Tem um cavalinho em cima, já se viu, no jeito de ir saltar, mas acho que é apenas, de rabo alçado e pose solene, a imagem do tempo que não pára, que cavalga em demanda do Além.
Em demanda das águas maiores...
            Um verdadeiro tiquetaque susceptível de fazer adormecer e que é, simultaneamente, o aviso: eu não paro, Amigo! Aparentemente lento embora, continuo sem me deter. Como as águas que, outro dia, viste a escorrer para o mar na vazante, a água que penetrara na areia e saía agora, ininterrupta, à procura das águas maiores. Gostaste de a ver, porque imaginaste correntes límpidas, serenas, a arrastarem apenas areias finas, conchas pequenas, mansamente... Gostarias que nunca houvera correntes alterosas, demolidoras de margens e de casas, ameaçadoras para gados e pessoas.
            Três foram, agora, as pancadas do relógio. Brônzeas, diria. Qual gongo em templo budista. Três da tarde. O cavalinho nem tugiu!
            Na matriz também o sino bateu as três. Ao meio-dia convidara os fiéis a rezar o Angelus, aquela oração – três ave-marias – que a tradição cristã implantara, como que saudação a Nossa Senhora, à imitação do arcanjo Gabriel a anunciar a Maria que iria ser a Mãe de Deus. Outrora, ecoava esse toque pelas quebradas. Ao amanhecer, já o lavrador estava no campo; ao meio-dia, para o descanso; ao romper do lusco-fusco, para celebrar o regresso a casa.
            O bucolismo que ainda consegue, aqui e ali, penetrar pelas cidades, cada vez mais cansadas e saturadas de sons estridentes, de fumos, de pressas, de sinais vermelhos e verdes e amarelos a comandarem, frenéticos, o nosso ritmo.
            Por isso, aquele meu vizinho ousou engenhocar um canteiro na varanda. Sim, a varanda, quando gizada, era para ali se espairecer com a vista do horizonte, apreciar o alaranjado do pôr-do-sol… respirar! Sucedeu, porém, que não havia ocasião para espairecer, o horizonte fora ocultado pelo arranha-céus e o alaranjado d’outrora parece chamuscado de bem acinzentadas poeiras. Engenhocou, então, um canteiro. Começou pela salsa, pelos coentros, a hortelã… Alargou-o agora um tudo-nada mais, não muito agradado pela mulher, mas lá a convenceu quando lhe falou de alface sem químicos… Entrou-lhe pela casa uma nesga de campo, o bastante para se sentir menos prisioneiro.
                                                                       José d’Encarnação
Publicado em Renascimento (Mangualde), 01-12-2018, p. 11-12.
 
 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

A Literatura em festa

            No final da tarde de 28 de Novembro, celebrou-se a Literatura no auditório do Casino Estoril.
           É que, em sessão presidida pela Ministra da Cultura. Dra. Graça Fonseca, se entregou ao Doutor Aguiar e Silva, Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, escritor, professor e investigador, o Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural e se galardoaram dois escritores: Ana Cristina Silva, Prémio Literário Fernando Namora, pela publicação do livro A Noite não é Eterna; e Rui Lage, pelo seu romance O Invisível.
           Justificando o galardão outorgado, Guilherme d’Oliveira Martins (presidente do júri) salientou a dimensão didáctica, científica e pedagógica de Aguiar e Silva, dele citando a frase: «A língua portuguesa é a mais esplendorosa e irradiante criação de Portugal», pelo que, acrescentou, urge combater cada vez com mais afinco a pobreza vocabular.
           Nas saudações e agradecimentos, o Doutor Vítor Aguiar e Silva disse que este reconhecimento constituía para ele motivo de grande orgulho intelectual e emotivo; sublinhou que a cerimónia, promovida por uma sociedade maioritariamente dedicada ao Jogo, mostrava à saciedade como a Economia e a Finança não são obrigatoriamente incompatíveis com a Cultura; apresentou a sua Universidade de Coimbra como a grande fomentadora do espírito da cultura humanística; viu, nos jovens escritores galardoados, as «vozes novas» que importava acarinhar; e augurou para a Senhora Ministra uma «governação frutuosa», nomeadamente tendo em conta o estipulado no art.º 9º da Constituição da República Portuguesa (as «Tarefas fundamentais do Estado»).
         Abrira a sessão o Dr. Mário Assis Ferreira, que, para além das referências protocolares, sublinhou ser, de facto, matriz da actuação da Estoril-Sol a aposta na Cultura, na Arte e no Espectáculo, uma marca de água que sempre a acompanhou.
            Referindo-se aos livros premiados, Guilherme d’Oliveira Martins salientou, de A Noite não é Eterna, a belíssima composição narrativa de um drama pungente construído sobre os labirintos da tirania de Ceaucescu, na Roménia; o drama de Nádia e Vasile, que, apesar de tudo, como diria depois a autora, constitui mensagem de esperança, por… a noite não ser eterna! A apologia da insubmissão e do compromisso contra os perigos e os horrores do totalitarismo, referirá ainda Ana Cristina. Olham-se as pessoas, acentuou, como clientes, consumidores, utentes, habitantes de uma colónia virtual… – e a Literatura visa aprofundar o olhar sobre essa realidade.
            O Invisível – de «notável fulgor imaginativo» – situa-se, por seu turno, em 1931, numa aldeia, a Cova do Sapo, nas faldas da Serra do Alvão, e os mistérios que por lá se passam é Fernando Pessoa, ocultista, que será chamado para tentar desvendá-los. Um realismo mágico em que a figura histórica de Pessoa se transforma em personagem de romance.
          Encerrou a Ministra: a Literatura Portuguesa constitui importante activo a incrementar; os livros despertam a consciência; e o que se pretende é incentivar a que «haja mais e cada vez melhores leitores».
            Assim foi, pois: a Literatura esteve em festa!
                                                                                   José d’Encarnação
 Publicado em Costa do Sol Jornal (Cascais), nº 261, 2018-12-05, p. 6.

Fotos gentilmente cedidas pelo Gabinete de Imprensa da Estoril-Sol.