Não
li ainda o livro, porque acho que vou precisar de um recanto bem aconchegado
para nele me embrenhar. Não quero, porém deixar de já lhe fazer referência,
depois do abraço grato a Romero Magalhães por ter tido a gentileza de mo fazer
chegar às mãos.
Falo,
já se vê, de Joaquim Maglhães, o Homem, o Mestre, o descobridor do Aleixo. Seu
filho, o Professor Romero Magalhães, catedrático de Economia na minha
Universidade de Coimbra, natural de Loulé (1942), acaba de publicar «Uma
Escrita na Primeira Pessoa» (Âncora Editora, Dezembro de 2016), parte da
correspondência de seu pai, anotando-a de tal forma que, afinal, podemos dizer
que estamos perante não uma obra epistolográfica mas, de certo modo,
autobiográfica, porque, através dos seus escritos, penetramos no pensamento e
na obra deste professor do Liceu (como antes se dizia), que em Faro viveu boa
parte da sua docência.
Ainda
não li o livro. Saboreei, porém, o prelúdio «O dador universal», da autoria de
Lídia Jorge, que foi sua aluna. Li a epígrafe, retirada de uma das passagens do
livro e que, não duvido, Romero Magalhães escolheu, por lhe parecer que
resumia, à perfeição, o que fora a personalidade de seu pai:
«…
é de pura divulgação o meu trabalho aqui [em Faro].
Não
passo de um “intérprete”, de um intermediário com vontade de ser um “despertador”.
E, muitas vezes, me interrogo sobre a utilidade de uma tal acção . Em geral, suponho-a positiva e é essa suposição que por agora me vai mantendo».
São
172 trechos (digamos assim), alinhados cronologicamente, que Romero Magalhães
mui habilmente entendeu como uma composição musical e, por isso, os dividiu em
andamentos: abertura, allegro, andante, largo e «grand finale».
Naturalmente,
havemos de voltar ao livro. Tem que ser!
José d’Encarnação
Publicado em Noticias de S.
Braz [S. Brás de Alportel] nº 248, 20-07-2017, p. 11.
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