quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O parque da Pampilheira

            Este é um assunto que conseguimos não ficasse definitivamente na prateleira, depois de mais de duas décadas de luta.
            De acordo com a legislação em vigor, um urbanizador foi obrigado a reservar uma parte do seu terreno para uso comunitário. Nessa época, década de 80 do século passado, era o ténis que andava na berra e, por isso, optou-se por, no terreno deixado vago a nascente da Rua Júlio Dinis, no Bairro da Pampilheira (nessa altura, ainda a rua que o serve, a actual Mário Clarel, não tinha nome), se fazer campo de ténis. Nunca teve, porém, grande uso e, perante a degradação, por diversas vezes se pôs a hipótese de a Junta de Freguesia propor para o local outra utilização que servisse a comunidade.
            No final de 2008, surpreendentemente, a população é avisada que não estacione o carro na rua, porque vai começar ali a obra de um Centro de Cidadania Rodoviária de que nunca se tinha ouvido falar; nem o presidente da Junta estava ao corrente e o próprio presidente da Câmara não soube de imediato responder ao que se lhe perguntava a esse respeito. Dava a impressão de ter sido algo vindo do etéreo, porque o normal, numa circunstância destas, era os moradores terem sido informados com alguma antecedência e até serem chamados a dar o seu parecer. Não foram. E, mui sabiamente, o projecto não foi por diante. Deve jazer numa gaveta qualquer dos serviços camarários, pois que nunca mais dele se ouviu falar.
            Acertou-se, então, com a presidência da Câmara que, enfim, se daria andamento a um processo parado no tempo. E parado voltou a ficar, apesar do projecto feito, até que – também inopinadamente – surge a ideia de ali se implantar a loja da Cozinha com Alma. Nova reunião de moradores, nova interpelação à Câmara e, mercê do diálogo que se logrou estabelecer, acertou-se na instalação da loja e na simultânea (ou quase) concretização do parque.
            A inauguração do Parque da Pampilheira (exacto, fica na Pampilheira e não no Cobre, como foi divulgado pela Divisão de Marca e Comunicação do Município) ocorreu na manhã do passado dia 20 de Julho. Uma cerimónia singela, a que assistiram algumas dezenas de moradores, entre os quais (registe-se) se contou Pedro Mota Soares, do elenco governamental. Após o descerramento da placa, o Presidente da Câmara teve ensejo de informar as crianças de que se optara por um amplo espaço relvado, em vez do tradicional campo de jogos, atendendo ao facto de anteriores experiências nesse domínio terem provocado mais conflitos do que serviço à vizinhança. Assim, a relva irá crescer, a refrescar a pista de bicicletas e o parque infantil, junto à loja da Cozinha com Alma, possibilitará recreio para a pequenada. Há zona de estar e, na parede norte, um bonito mural explica «Já não tens idade para andar de triciclo»! – forma alegre de alegrar o espaço. Os moradores viram também organizada a área de estacionamento.
            Congratulamo-nos, pois, com esta realização, mormente pelo que ela contém de paradigmático, no envolvimento que a população soube dar e na resposta que o Município e a Junta de Freguesia (que, naturalmente, vai superintender na manutenção do espaço, na mais ampla colaboração com os vizinhos) lograram dar, para conforto de todos.




Publicado em Costa do Sol – Jornal Regional dos Concelhos de Oeiras e Cascais, nº 9, 31-07-2013, p. 6.

 

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