De acordo
com a legislação em vigor, um urbanizador
foi obrigado a reservar uma parte do seu terreno para uso comunitário. Nessa
época, década de 80 do século passado, era o ténis que andava na berra e, por
isso, optou-se por, no terreno deixado vago a nascente da Rua Júlio Dinis, no
Bairro da Pampilheira (nessa altura, ainda a rua que o serve, a actual Mário Clarel,
não tinha nome), se fazer campo de ténis. Nunca teve, porém, grande uso e,
perante a degradação , por diversas
vezes se pôs a hipótese de a Junta de Freguesia propor para o local outra
utilização que servisse a
comunidade.
No final de
2008, surpreendentemente, a população
é avisada que não estacione o carro na rua, porque vai começar ali a obra de um
Centro de Cidadania Rodoviária de que nunca se tinha ouvido falar; nem o
presidente da Junta estava ao corrente e o próprio presidente da Câmara não
soube de imediato responder ao que se lhe perguntava a esse respeito. Dava a
impressão de ter sido algo vindo do etéreo, porque o norma l,
numa circunstância destas, era os moradores terem sido informados com alguma antec edência e até serem chamados a dar o seu parecer.
Não foram. E, mui sabiamente, o projecto não foi por diante. Deve jazer numa
gaveta qualquer dos serviços camarários, pois que nunca mais dele se ouviu
falar.
Acertou-se,
então, com a presidência da Câmara que, enfim, se daria andamento a um processo
parado no tempo. E parado voltou a ficar, apesar do projecto feito, até que –
também inopinadamente – surge a ideia
de ali se implantar a loja da Cozinha com Alma. Nova reunião de moradores, nova
interpelação à Câmara e, mercê do
diálogo que se logrou estabelecer, acertou-se na instalação
da loja e na simultânea (ou quase) concretização
do parque.
Congratulamo-nos,
pois, com esta realização , mormente
pelo que ela contém de paradigmático, no envolvimento que a população soube dar e na resposta que o Município e a
Junta de Freguesia (que, naturalmente, vai superintender na manutenção do espaço, na mais ampla colaboração com os vizinhos) lograram dar, para conforto de
todos.
Publicado em Costa do
Sol – Jornal Regional dos Concelhos de Oeiras e Cascais, nº 9, 31-07-2013,
p. 6.
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