segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Notas soltas em final de Verão

            Cascais esteve na berra durante todo o Verão. Aliás, está na berra sempre e, nos últimos tempos, não é apenas a actualidade que se foca e a sua beleza e importância que se realçam, pois estão a criar-se, nomeadamente no Facebook, páginas várias que dão a conhecer aspectos de uma Cascais antiga: o património paisagístico, a arqueologia, as festividades, as casas senhoriais e as saloias, os trajes de outrora… Um mar de gente entusiasmada com este mar de memórias. E há que aplaudir! Pena que nem sempre – os que temos vindo a estudar algo desse passado cascalense – possamos estar disponíveis para dar oportunamente as nossas achegas… Faz-se o que se pode!
            E, em jeito de final de Verão, houve por bem, desta feita, ir à prateleira buscar levíssimos apontamentos.

Areia
            Próximo da Praia do Guincho, praticamente ignorado pelos técnicos que superintendem na reflexão sobre os topónimos a incluir nas placas de sinalização, o lugar da Areia foi atormentado por obras viárias durante o Verão todo. Há um parque de estacionamento em construção (esperemos que se não sigam económicos exemplos…) que muito jeito vai dar aos muitos que demandamos a povoação para um agradável petisco.

Sinfónica
            Constituiu um êxito a actuação da Orquestra Sinfónica de Cascais no fecho das noites das Festas do Mar. Tocou temas de filmes conhecidos, as imagens complementaram o que se ouvia, o grande à-vontade e contagiante simpatia do maestro Nikolay Lalov (que até ousou pôr o edil máximo a reger um dos trechos!…) – tudo isso, aliado à amenidade da noite, contribuiu para um encerramento em beleza.

Parques
            Tenho, naturalmente (como todos os munícipes), uma opinião acerca das tarifas dos parques cascalenses; contudo, não posso deixar de assinalar que, logo no início do Verão, foram colocados, às entradas da vila, painéis digitais a informar, a todo o momento, qual a lotação disponível dos três principais parques camarários: o do Parque Marechal Carmona, o Cascais Center (que é por baixo do edifício onde estão instalados os correios e a Loja do Cidadão, frente às Finanças) e o do Estoril Residence (à entrada do Parque Palmela). Boa ideia!
            Por outro lado, se – creio que já há uns três anos – havia indicações precisas quanto ao acesso a hotéis, a sinalização de acesso a estes parques aprimorou-se também.
            E, por falar em parques, tive boa surpresa ao acompanhar familiares meus, emigrantes em França e que, este ano, decidiram marcar férias para Cascais, daqui tendo feito quartel-general. Na Praia da Comporta (município de Grândola), havia carros estacionados ao longo do caminho que desde a estrada N-253-1 leva ao areal; no parque junto à praia, pagam-se três euros (quatro, aos fins-de-semana) pelos primeiros quinze minutos e o resto do tempo é… gratuito!

Mercado da vila
            Gosto da designação e aprecio a valorização feita: a metade nascente, sob o ‘toldo’, para o mercado saloio das manhãs de quarta e sábado, uma tradição ainda bem viva; na metade poente, o que ora se designa ’conceito’ de tasquinhas. O povo aderiu à ideia e, aos fins-de-semana e nas noites calmas, vive-se Cascais ali. Metade da ‘praça do peixe’ transformou-se em paraíso para os apreciadores de marisco e, do outro lado, o que era mercado quotidiano deu lugar a quem, sem sair de cá, gosta dos sabores italianos.

O Estoril 
            Também deu cartas o Estoril neste Verão. O Parque fronteiro ao Casino foi cenário de singulares iniciativas (uma das quais, inopinadamente, de… «tasquinhas»!...).
            No Casino, para além do espectáculo de Filipe La Féria, «A Noite das 1000 Estrelas», a registar enchentes no Salão Preto e Prata, com excursões a virem de todo o País, houve renovada sequência de espectáculos teatrais no auditório e a música foi rainha nas noites do átrio central, por onde estão a passar inúmeros artistas da canção e do fado (à quarta-feira, então, guitarras trinam por lá!...).
            Tempo foi igualmente para a tradicional Fiartil, Feira Internacional de Artesanato do Estoril, velhinha de 51 anos (se não erro), que serenamente se aninhou, sem fazer ondas, no acolhedor pinhal frente ao Palácio dos Congressos. Aninhou-se. Não fez ondas. Era o que se pretendia.

                                               José d’Encarnação

Publicado em Costa do Sol – Jornal Regional dos Concelhos de Oeiras e Cascais, nº 107, 09-09-2015, p. 6.

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