sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O interesse dos estudos regionais e locais

             Sempre houve por parte das universidades – e, mais recentemente, também no âmbito das escolas de ensino básico e secundário – a preocupação de, em determinadas áreas, como a da História, da Geografia e da Etnografia, levarem os seus estudantes a olhar com mais atenção para o meio em que viviam e elaborarem sobre ele os seus trabalhos escolares.
            Nesse aspecto, quer a introdução de uma disciplina como História e Geografia de Portugal (nos finais da década de 60) quer a de Estudo do Meio contribuíram eficazmente para que a comunidade se interessasse mais por aquilo que era ‘seu’ e a distinguia das demais. Assim se ajudou a criar ainda mais… «comunidade».
            Agora que o Mestrado se tornou quase obrigatório (depois da – para mim insensata – redução da licenciatura a três rapidíssimos anos) e até o Doutoramento passou a ser meta mais corrente, a região e o local ganharam, também por isso, um estatuto maior, determinado pela necessidade de escrever ‘teses’ que aí vão, amiúde, buscar inspiração. E é de louvar.
            Por outro lado, a facilidade que ora se tem de disponibilizar na Internet, em formato digital, o resultado dessa investigação trouxe mui significativo valor acrescentado, até porque sofisticados motores de busca nos proporcionam, em segundos, assaz preciosa informação.
            Há, porém, que redobrar de cautela na utilização desses dados. A própria wikipédia, bem conhecida, adverte de que nem tudo o que nela se contém pode ser fiável.
            Suscitou-me esta reflexão a circunstância de, ao ter pedido «Inscrições romanas de Mangualde» a um motor de busca, me ter surgido o trabalho que Pedro Pina Nóbrega realizara no seu 3º ano de Faculdade, sob orientação do Prof. Amílcar Guerra, intitulado «Epigrafia latina nos concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo» (Junho de 2003), acessível em Academia.edu, onde ora rapidamente se depositam trabalhos académicos. Congratulei-me, porque o desconhecia. E, ao «folheá-lo», senti obrigação de o dar a conhecer.

Publicado em Renascimento (Mangualde), nº 644, 01-08-2014, p. 11.

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