Esse
indispensável fomento de comunidade é cada vez mais premente, se tivermos em
conta de que cada qual desta a procurar viver no seu cantinho e até à mesa de
família, somos capazes de observar os comensais cada um com o seu smartphone ou equivalente, mais
interessado em saber as notícias do mundo e as peripécias familiares deste ou
daquela do que… «Ó pai, como te correu o dia? Ó Mane l,
o que deste hoje nas aulas? E como decorreu o treino?»…
Duas
rubricas há, nos jornais locais, que promovem comunidade. Uma é a necrologia.
Nesse aspecto, Notícias de S. Braz bate
aos pontos todo e qualquer jornal local, uma vez que não só noticia os
falecimentos ocorridos nos tempos mais próximos, mas também recorda os 5 anos,
os 10 ou 15 do passamento de alguém que nos era querido. E acredito que seja
essa uma das páginas de maior leitura.
A
outra rubrica é a que podemos designar de «Correio dos Leitores». Nada mais
aborrecido para um jornalista, cronista ou mero colaborador de um jornal do que
desconhecer se o que escreveu teve algum eco na opinião pública, nos leitores
ou, eventualmente, nas entidades sobre que tecera considerações ou às quais
fizera propostas. Fica-se com a ideia de que caiu tudo em saco roto!
A
consolidação de uma comunidade
através da comunicação social
implica a troca de ideias, o seu confronto até, o aplauso, a crítica, a
sugestão. E nada melhor do que uma rubrica como a do «Correio dos Leitores»
para se dar lugar a tudo isso, em espírito da maior liberdade de opinião, desde
que respeitados os princípios por que habitualmente nos regemos.
Muito
gostaria, pois, de ver gerar-se em torno do Noticias
de S. Braz um conjunto interessado de leitores, que dão o seu parecer, que criticam,
que fazem propostas…
Sem
eco do que escreve, o cronista sente-se um pouco … a bradar no deserto!
José
d’Encarnação
Publicado em Noticias de S. Braz [S. Brás de Alportel] nº
234, 20-05-2016, p. 11.
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