quarta-feira, 27 de setembro de 2017

De novo, de alma cheia!

             Já se tornou comum sairmos de alma cheia do Auditório Senhora da Boa Nova, após um concerto da Orquestra Sinfónica de Cascais. Direi, porém, que o Concerto de Outono do passado domingo, 24, no-la deixou a transbordar.
            Primeiro, pelo repertório escolhido; depois, pelo entusiasmo que do palco passou para uma plateia completamente cheia; finalmente, pelo rigor de execução dos trechos, mercê da sempre excelente batuta do maestro Nikolay Lalov.
            Dizia-me um amigo, à saída, que fora uma bênção termos acolhido o romeno Nikolay Lalov. Eu partilho inteiramente da sua opinião: foi num raro momento de inspiração que os municípios de Cascais e Oeiras apadrinharam a criação da Orquestra de Câmara de Cascais Oeiras, embrião que paulatinamente se enraizou e frutificou em inúmeras iniciativas, das quais o Conservatório, a Escola de Dança e, de modo muito especial, a Orquestra Sinfónica (uma lança em África, sem dúvida!), que nos vem brindando, além de outros, com um concerto por estação do ano – são pilares a enaltecer. E que aos autarcas não doam nunca as mãos por este apoio incondicional, ímpar e exemplar em Portugal!
Laura Vila, mezzo-soprano
            Optou o maestro por nos oferecer uma «Noite de Ópera», que começou com a abertura da ópera, de Verdi, «A Força do Destino» e terminou, na 1ª parte, com a «Dança dos Matadores» de Minkus, não sem, pelo meio, nos havermos deliciado com a maravilhosa e incomparável voz da mezzo-soprano catalã Laura Vila, que, de resto, haveria de intervir brilhantemente, na 2ª parte, que foi preenchida com os trechos mais significativos e conhecidos da «Carmen» de Bizet (aquela «Habanera», por exemplo, foi um mimo!...). Tivemos direito a dois «encores», a que correspondemos aplaudindo de pé uma noite memorável. Memorável para o público e, não tenho dúvida, memorável também para os executantes, que tão briosamente tocaram. Havia brilho nos olhos, havia calor nos abraços!
            11 primeiros violinos, 10 segundos; 8 violas; 7 violoncelos; 3 contrabaixos; 3 flautas (que deliciosamente executaram alguns solos); 2 oboés; 2 clarinetes (que também foram chamados a executar solos com todo o rigor); 2 fagotes; 4 trompas; 2 trompetes; 3 trombones (que nos fizeram vibrar); uma tuba; 3 músicos estiveram na percussão (não se lhes dá muita importância, porque estão escondidos a um canto, mas as suas oportunas intervenções, quase imperceptíveis, enchem de encanto o conjunto); Beatrix Schmidt dedilhou a harpa.
            Conseguiu contar quantos componentes tem a orquestra? E, desta vez, a maioria com nome português!
            Que mais dizer? Volte a aplaudir-se. De pé e por largos minutos!
                                                                                                         
                                               José d’Encarnação

               

3 comentários:

  1. Ana Colaço 27/9 às 12:00
    Tal e qual! Voltámos a aplaudir de pé!!

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  2. Luis Manuel 27/9 às 12:53
    Que pena não haver divulgação adequada para esses eventos... Só depois de consumado e por estes canais ou redes sociais se sabe... Digo eu! De todo o modo, parabéns!

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    1. A partir do momento em que a Câmara Municipal de Cascais optou por apenas utilizar a via digital como forma privilegiada de contacto com os seus munícipes, consultar assiduamente a página do Município pode ser - inclusive pelo treino que se vai adquirindo - uma forma de estar ao corrente das iniciativas. Neste caso, posso adiantar-lhe que o concerto de Inverno está programado para o dia 9 de Dezembro, às 21, no mesmo local.
      Dir-lhe-ei também que tenho uma lista de possíveis interessados em iniciativas culturais do concelho de Cascais e arredores, onde poderei incluir, se assim o entender, o seu endereço electrónico. Cordialmente!

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