sábado, 10 de novembro de 2012

Apresentação de livro encheu Centro Cultural de Cascais

            O auditório do Centro Cultural de Cascais registou ontem, dia 7, uma verdadeira enchente para a apresentação do livro de Carlos Carranca, Casticismo em Unamuno e Torga, livro que constituiu a sua tese de doutoramento em Línguas e Literaturas Modernas, especialidade de Língua, Cultura e Literatura Portuguesas, defendida a 1 de Junho de 2010, na Universidade Autónoma de Lisboa.
Além de muitos amigos e admiradores do intenso trabalho de dinamização cultural que o autor tem desenvolvido quer em Cascais quer em Coimbra, fizeram questão de marcar presença estudantes seus, quer da Escola Profissional de Teatro de Cascais – que inclusive intervieram na interpretação de alguns poemas ditos a propósito – quer da Escola Superior de Educação Almeida Garrett.
Abriu a sessão, em nome de Edições Minerva Coimbra (a editora), a Dra. Isabel Garcia, que pôs em relevo, entre outros, o aspecto gráfico que quisera dar à obra, designadamente as cores adoptadas na capa e no corpo por as considerar bem adaptadas ao pensamento de amor à terra manifestado pelos dois pensadores em análise.
José d’Encarnação (que fora arguente da tese) começou por evocar a memória de dois vultos da Cultura Portuguesa, recentemente desaparecidos e intimamente ligados ao autor: Luiz Goes e o Prof. Justino Mendes de Almeida, (que presidira ao júri de doutoramento). Traçou depois o percurso biográfico do autor, salientando de modo especial o dinamismo em que o Professor Carlos Carranca tem sido exemplar, unindo, através da reflexão e da intervenção cultural, a Escola à Comunidade.
O Professor Eugénio Lisboa, orientador que fora do trabalho académico em apreço, sintetizou a importância da análise que Carlos Carranca fizera do pensamento destes dois poetas peninsulares, ambos de nome Miguel, de referência a um terceiro, o Cervantes do Dom Quixote, mostrando como a noção de casticismo, autenticidade, implica também o dever de ser interveniente no livre exercício de uma cidadania que se quer permanente, crítica e humanista.
Emídio Guerreiro, actual responsável pelo Museu Académico de Coimbra e ligado, também por isso, às homenagens que têm sido prestadas a Miguel Torga, teceu igualmente considerações acerca do trabalho desenvolvido por Carlos Carranca nesta sua grande ligação à Lusa Atenas.
Finalmente, o autor – interrompido logo a princípio por um aluno que saltou para o palco a dizer (portentosamente!) o Manifesto Anti-Dantas, de Almada Negreiros, que arrancou fartos aplausos da assistência – Carlos Carranca falou longamente dos autores que estudara, de cujas obras chegou a ler significativos extractos e da ideologia que ao pensamento de ambos estava subjacente.
Devido a inesperado contratempo de última hora, a sessão não foi presidida pela vereadora da Cultura, Dra. Ana Clara Justino, como estava previsto (inclusive porque a edição contou também com o apoio da Câmara Municipal de Cascais), de modo que José d’Encarnação encerrou formalmente esta primeira parte da sessão, agradecendo a presença de todos e salientando, mais uma vez, a densidade de conteúdo cultural dos momentos que ali se haviam acabado de viver.
A finalizar, o grupo de intérpretes da canção de Coimbra que normalmente acompanha Carlos Carranca brindou (e deliciou!) a assistência com um breve espectáculo, em que, como era natural, também Luiz Goes não foi esquecido.

Publicado em Cyberjornal, 08-11-012:

Sem comentários:

Enviar um comentário