segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A história de Aljubarrota cativou em Cascais

A réplica de um elmo em voga
ao tempo da batalha
e o livro «Aljubarrota Revisitada»
            João Gouveia Monteiro, professor de História na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, cativou a assistência que por completo encheu o espaço de eventos da FNAC, no CascaiSopping, na tarde de sábado, 7, ao falar, com enorme entusiasmo e muito saber, acerca da batalha de Aljubarrota. A conferência foi precedida pela projecção do documentário da ordem de vinte minutos, o primeiro que se mostrou ao visitante no Centro de Interpretação de Aljubarrota.

Um aspecto da assistência antes mesmo de a conferência se iniciar
            O professor, que acompanhou desde o seu mais recente início os trabalhos arqueológicos no campo de S. Jorge onde a batalha se travou e que se tem especializado em História Militar, explicou pormenorizadamente como é que a batalha se deu, a posição inicial e a segunda das tropas portuguesas, as causas do desaire castelhano, as estratégias do combate… Demorou-se na miúda descrição da táctica adoptada, que viria a permitir que poucos soldados portugueses, em comparação com o exército castelhano, mais dotado de homens, tivessem logrado rapidamente fazer bater o inimigo em retirada.
O professor troca impressões
com os responsáveis da loja da FNAC

            A batalha foi devidamente enquadrada no seu contexto nacional (a crise dinástica de 1383-1385) e no europeu (a Guerra dos Cem Anos) e houve oportunidade de resposta às questões postas pelo público que, deveras interessado, seguiu a explanação clara e bem fundamentada, sempre servida por uma linguagem acessível e cativante.
            Um dos aspectos interessantes terá sido, sem dúvida, a informação acerca do que os exames osteológicos, levados a efeito no Instituto de Antropologia de Coimbra pela antropóloga Eugénia Cunha, puderam documentar acerca da compleição e da  idade dos combatentes, das anomalias esqueléticas registadas, concluindo-se, por exemplo, que alguns deles já haviam sido feridos em combates anteriores, uma vez que as sequelas estavam cicatrizadas.
Instantâneo da intervenção
de João Gouveia Monteiro.

            Recorde-se que, em Julho de 2001, a Imprensa da Universidade de Coimbra editou a obra Aljubarrota Revisitada, cuja coordenação editorial coube a João Gouveia Monteiro, onde se dá conta das mais recentes descobertas feitas no campo.
            Comemoram-se este ano os 600 anos da tomada de Ceuta e o orador salientou que alguns dos combatentes de Aljubarrota não hesitaram em se alistar também nessa empresa.

Publicado em Cyberjornal, edição de 09-02-2015:

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