domingo, 19 de julho de 2015

A lição do sismo

              Sentiu-se em Cascais, passavam 26 minutos da meia-noite, ou seja, já hoje, 19 de Julho de 2015, leve abalo sísmico. Os vizinhos vieram à varanda, a indagar se teria sido carro descontrolado que batera contra o muro. Não fora. Ligámos aos bombeiros:
            Estamos a tentar saber o que foi. Sentiu-se em toda a Cascais.
            Fomos ao facebook e, de imediato, surgiram os testemunhos, as perguntas e logo também o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, sem saber ainda se fora sentido pela população, divulgou comunicado a informar que se tratara de sismo de magnitude 3,2 na escala de Richter, com epicentro a 8 km a oés-sudoeste de Sintra, ou seja, na zona de Alcabideche. As notícias que foram surgindo no facebook, designadamente na página Novidades de Cascais, apontavam, de facto, para que fora por essas bandas que o abalo mais se fizera sentir.
            E hoje, de manhã, foram, sem dúvida, muitos os telefonemas de familiares e amigos doutras zonas do País, na preocupação de saberem se, na verdade, estava tudo bem e não passara de um susto. O próprio presidente da autarquia, logo minutos depois do abalo, pôs mensagem no facebook, a serenar os munícipes.
            Claro, os que somos mais velhos recordámos os pavores do sismo de 28 de Fevereiro de 1969, pelas 2h 40 m, esse de magnitude 7,3 na escala de Richter, que, embora o seu hipocentro tivesse sido localizado a sudoeste do Cabo de S. Vicente e a uma profundidade de 22 km (o de hoje foi a 40 km de profundidade), bem se sentiu em Cascais.
            Duas reflexões me ocorrem e peço licença para partilhar:
            A 1ª, a mais óbvia: nada somos e, de um momento para o outro, todas as ‘vaidades’ podem ser reduzidas a pó.
            A 2ª: o (ora) indispensável papel que detêm as redes sociais, porque, ainda mais do que o telefone, rapidamente podem cimentar comunidade e veicular informação. Um papel relevante, que muito importa seja, cada vez mais, usado em benefício de todos.
            Mas estas duas reflexões implicam uma terceira: somos pequeninos e conseguimos esta ‘onda’, porque há electricidade e, sobretudo, porque nos é possível aceder de imediato à Internet. Temos Internet. Somos, pois, uns privilegiados! Um privilégio que cumpre consciencializar!

                                                                                    José d’Encarnação
Oportuna imagem de Guilherme Cardoso, a mostrar
vestígios de mui antiga falha vulcânica visíveis no Arneiro
(junto à Malveira da Serra) 

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