«Não
botes que eu não bebo!», por exemplo. Era a frase para quem ia vazar vinho ou
aguardente no copo e… vinho ou aguardente haviam acabado, sem que o vazante
disso se houvesse apercebido.
«Aperta
com ela que ela agacha-se!» – esta já tem mais que se lhe diga! Tanto podia ser
com a coelha ou a galinha que se queria apanhar para ir para o tacho e estava
fugidia, ou, em conversa de homens, em relação
aos enleios amorosos a requerer conselho dos mais experientes…
Um
dia, cheguei a casa e disse-lhe:
‒
Nem calculas a quantidade de rolas que há por i nos pinhais, mesmo junto da
minha casa, pai! Imensas!...
‒
Ora, ora! Tu vais ali à praia e lá andam muitas mais! E a voarem baixinho!...
O
maqueiro viera buscá-lo à enfermaria para uma radiografia. Ao sair, bateu com a
maca na esquina da porta; ao entrar no elevador, a maca bateu na esquina da
entrada; ao entrar para a Imagiologia, novo toque.
‒
Já não bebes mais hoje! – disse-lhe meu pai, num sorriso.
Respirei
de alívio (que houvera um AVC no dia anterior…):
‒
Temos homem!
Ah!
Algarvio duma figa!
José d’Encarnação
Publicado em Noticias de S.
Braz [S. Brás de Alportel] nº 262, 20-09-2018, p. 13.
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