quarta-feira, 21 de abril de 2010

De novo, a casa comum


Já houve ocasião de, na edição de Novembro passado, se chamar a atenção para a importância da casa comum, pelo que ela significa de boa adaptação ao meio e de reflexo de identidade local.
Permita-se-me que volte ao assunto, para assinalar dois aspectos que, se não constituem tipicidades de S. Brás, em S. Brás existem e há que valorizá-los.
Refiro-me, em primeiro lugar, ao telhado de canas. Achei, por exemplo, que teria sido interessante no Centro Museológico do Alportel, que visa reconstituir uma casa das nossas, ter-se feito, num dos ângulos, esse tipo de telhado. Ainda se vai a tempo, aliás, quando forem necessárias obras de conservação.
Mas, para além das cantarias que ornam portas e janelas um pouco por toda a parte, a mostrar a paciência e o saber dos nossos canteiros, chamaria a atenção, como historiador, para as datas gravadas nos lintéis dessas portas e em cartelas nas chaminés. No Corotelo, a casa da Maria Catarina tem, na chaminé, a data de 1895, que assinala a data da primeira construção do casal; todavia, no lintel da porta do acrescento, está 1904! E no portão do que me dizem ter sido o espaço da antiga escola do sítio, a cartela ostenta, a meio do arco:
27
1885
10
para significar 27 de Outubro de 1885.
Dados que não se podem perder e que o Departamento de Cultura camarário necessita de continuar a inventariar, de modo a cotejarem-se depois com as informações do Arquivo Histórico, quando se quiser fazer a história da evolução urbanística dos lugares.

Publicado em «VilAdentro», de S. Brás de Alportel, nº 135 (Abril 2010) p. 10.

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