Estavam cerca de meia centena de amigos na abertura da mostra. E Manuel
Ai Quintas discursou. Agradeceu à Fundação D. Luís I a possibilidade de aqui
expor; mostrou a sua convicção de que esta tinha de ser uma Fundação para
continuar, vítima também ela de uma comissão de avaliação incompetente e desconhecedora
da realidade (digo eu). E depois, qual Padre António Vieira a narrar a acção do
estatuário («Arranca o estatuário uma
pedra dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe; e, depois que desbastou o
mais grosso, toma o maço e o cinzel na mão, e começa a formar um homem –
primeiro, membro a membro, e depois feição por feição, até à mais miúda […]» – lembram-se?),
foi por aí adiante a dar conta, de uma forma eloquente e deveras
estimulante, do que foi – ou do que é – para si a arte de criar: como dialoga
com o pincel, com o tema, com as cores, com os olhos, esses sim, a alma de
tudo!... Ouvimo-lo com muito agrado. E nem quase se dava conta de que o senhor
dos aperitivos e dos cálices se passeava ao mesmo tempo entre a assistência a
propor-nos que assim condimentássemos tão eloquentes palavras!
A mostra estará patente até dia 2
de Outubro e merece uma visita!
Publicado no Cyberjornal, edição de
09-09-2012:
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