sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Fernando Pereira no Casino Estoril

            E uma pessoa chegava e admirava-se de ver tanta gente, como nos «bons velhos tempos» das noites de gala. Saudades, claro! Havia fato preto e vestidos de cerimónia, como, aliás, sempre se preconizava no convite. Desta feita, no passado dia 26 de Setembro, o trajar era o mais variado possível. Isso, desde que se inventou o conceito «casual» (leia-se com pronúncia inglesa, se faz favor!...), deixou de ser moda. Claro, outros ‘valores’ apareceram (ou tudo fizeram para aparecer) e até nos admirámos muito como aquela personagem pousava largos minutos, fazendo poses mesmo, diante de objectivas sedentas de imagens para legendar nas revistas... E até chegou a ser entrevistada com pompa e circunstância diante de uma câmara, com holofotes e tudo!... Pensei que se tratasse da agente de Fernando Pereira a explicar tecnicamente o que iria ser o espectáculo e como se chegara ali. Não, não era. Era… a personagem! De resto, durante o espectáculo, fotógrafos quiseram ‘apanhá-la’ distraída, mas a personagem topou e deu de imediato em sorrisos e vénias, enquanto o desgraçado do artista continuava a sua exibição.
            Vamos, pois, à exibição, ao «Senhor Espectáculo».
            Conhecem-se os dotes versáteis de imitador de Fernando Pereira. O que quis montar no Casino Estoril foi um espectáculo que vivesse desses dotes e também, de modo muito especial, de ousadas projecções multimédia. E digo ‘ousadas’ porque implicam uma sintonia perfeita entre o que se projecta (de um modo geral, o artista que Fernando Pereira está a imitar) e o que está a cantar.
            Cativou pela originalidade, ainda que, naturalmente, uma estreia determine sempre o nervosismo do artista («Será que vai dar certo e a crítica não será feroz?») e o rigor no manuseamento e na resposta da técnica. Foi visível o primeiro; verificou-se a dificuldade da segunda.
            Uma hora, em que ‘passaram’ pelo palco feérico do Salão Preto e Prata (arriscaria a dizer que só para ali se poderia pensar uma cena assim) «surpreendentes registos musicais» e «originais momentos de bom humor», tendo como elemento fundamental as «vozes» de, entre outros, Madonna, Lady Gaga, Roberto Carlos, Tina Turner, Michael Jackson, David Bowie, Tony de Matos, Tom Jones, Cat Stevens e Louis Armstrong.
                A noite valeu também – eu diria «especialmente» – por nos fazer recordar as estreias de há uns anos atrás, em que (agora já não se conseguiu por completo, pois são muito outros os rostos e os interesses) o prévio beberete no hall (aliás, diga-se, este muito bem servido) constituía agradável pretexto para o convívio de pessoas irmanadas no gosto pelos bons espectáculos musicais.
            Fernando Pereira, o dono de muitas vozes, «Lord of the Voices» (em inglês, pois, para ser mais perceptível…), vai estar em cena de quinta-feira a sábado, a partir das 22 horas.
            O nosso voto: que obtenha, como ele e o Casino merecem, o êxito maior!

Publicado em Cyberjornal, edição de 04-10-2013:

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