E
uma pessoa chegava e ad
mirava-se de
ver tanta gente, como nos «bons velhos tempos» das noites de gala. Saudades,
claro! Havia fato preto e vestidos de cerimónia, como, aliás, sempre se
preconizava no convite. Desta feita, no passado dia 26 de Setembro, o trajar
era o mais variado possível. Isso, desde que se inventou o conceito «casual»
(leia-se com pronúncia inglesa, se faz favor!...), deixou de ser moda. Claro,
outros ‘valores’ apareceram (ou tudo fizeram para aparecer) e até nos admirámos
muito como aquela personagem pousava largos minutos, fazendo poses mesmo,
diante de objectivas sedentas de imagens para legendar nas revistas... E até
chegou a ser entrevistada com pompa e circunstância diante de uma câmara, com
holofotes e tudo!... Pensei que se tratasse da agente de Fernando Pereira a
explicar tecnicamente o que iria ser o espectáculo e como se chegara ali. Não,
não era. Era… a personagem! De resto, durante o espectáculo, fotógrafos
quiseram ‘apanhá-la’ distraída, mas a personagem topou e deu de imediato em
sorrisos e vénias, enquanto o desgraçado do artista continuava a sua exibi
ção.
Vamos,
pois, à exibição, ao «Senhor
Espectáculo».
Conhecem-se
os dotes versáteis de imitador de Fernando Pereira. O que quis montar no Casino
Estoril foi um espectáculo que vivesse desses dotes e também, de modo muito
especial, de ousadas projecções multimédia. E digo ‘ousadas’ porque implicam
uma sintonia perfeita entre o que se projecta (de um modo geral, o artista que Fernando
Pereira está a imitar) e o que está a cantar.
Cativou
pela originalidade, ainda que, naturalmente, uma estreia determine sempre o
nervosismo do artista («Será que vai dar certo e a crítica não será feroz?») e
o rigor no manuseamento e na resposta da técnica. Foi visível o primeiro;
verificou-se a dificuldade da segunda.
Uma
hora, em que ‘passaram’ pelo palco feérico do Salão Preto e Prata (arriscaria a
dizer que só para ali se poderia pensar uma cena assim) «surpreendentes
registos musicais» e «originais momentos de bom humor», tendo como elemento
fundamental as «vozes» de, entre outros, Madonna, Lady Gaga, Roberto Carlos,
Tina Turner, Michael Jackson, David Bowie, Tony de Matos, Tom Jones, Cat
Stevens e Louis Armstrong.
A noite valeu também – eu
diria «especialmente» – por nos fazer recordar as estreias de há uns anos
atrás, em que (agora já não se conseguiu por completo, pois são muito outros os
rostos e os interesses) o prévio beberete no hall (aliás, diga-se, este muito bem servido) constituía agradável
pretexto para o convívio de pessoas irmanadas no gosto pelos bons espectáculos
musicais.
Fernando
Pereira, o dono de muitas vozes, «Lord of the Voices» (em inglês, pois, para
ser mais perceptível…), vai estar em cena de quinta-feira a sábado, a partir
das 22 horas.
O
nosso voto: que obtenha, como ele e o Casino merecem, o êxito maior!
Publicado em Cyberjornal, edição de
04-10-2013:
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