Dir-se-á que não é título que se ponha em crónica nem notícia que valha a pena dar. Por conseguinte, o desafio que me pus a mim próprio foi o de provar o contrário a quem eventualmente me leia, até porque essa morte tem uma história para contar e, em meu entender, vale a pena conhecê-la.
Conta
uma amiga minha, moradora no Estoril:
«No
dia 8 de Dezembro, à noite, vimos uma coisa escura a boiar na piscina em casa
dos meus pais. No dia seguinte, dia 9, fomos ver o que era e percebemos que era
um mocho. Removemo-lo e tirámos fotografias. Contactei então um colega que
trabalha na Câmara de Cascais, que me indicou que deveria falar para a Cascais
Ambiente, para o Dr. João Melo. Seriam, então, 11 horas da manhã ou meio-dia.
Falei para a Cascais Ambiente e fiquei algum tempo à espera em linha (5 a 10 minutos), mas não
atenderam. Assim, entendi que deveria contactá-los por e-mail, pois pensei que poderiam querer estudar o mocho antes que
entrasse em decomposição.
No
dia 10 de Janeiro, recebi a seguinte resposta: «Acusamos a recepção da sua
comunicação e de acordo com o N/Departamento de Estrutura Ecológica
disponibilizamos o seguinte contacto para os devidos efeitos: PNSC (ICNF) –
Tel.: 219
247
200».
Contactei
de imediato o PNSC, tendo falado com o Dr. Luís Roma Castro, que me perguntou
de imediato se já tinha enterrado o mocho (já o tínhamos enterrado, porque
começava a entrar em decomposição e
a cheirar mal). Perguntou-me então se tinha tirado algumas fotografias e se
lhas poderia enviar. Enviei de imediato as fotografias para pnsc@icnf.pt, ao cuidado do Dr. Luís Roma Castro,
que me respondeu:
«Venho,
por este meio e na qualidade de biólogo que monitorizo as espécies de fauna
ameaçadas do Parque Natural de Sintra-Cascais (PNSC), agradecer-lhe a sua
comunicação e fotografias, informando-nos da observação de um bufo-real na sua
residência, no dia 08.12.2015. Devido a ser uma das espécies que acompanhamos e
para registo técnico, solicito-lhe o favor de me fornecer a sua morada ou
alguma fotografia aérea do local em causa.
Pelo
facto de estar a escrever um relatório sobre a fauna do PNSC, a sua resposta
torna-se urgente. Muito obrigado».
Aqui
está a história e vai em anexo uma das fotografias.
E
porque se conta a história?
Para
que se saiba doravante que assuntos deste teor não são da alçada da Câmara nem
da Cascais Ambiente, mas sim do Instituto da Conservação da Natureza e das
Florestas. E que para quem mora na região de Sintra e Cascais, as comunicações
em circunstâncias parecidas, devem ser feitas de imediato para:
Departamento
de Conservação da Natureza e Florestas de Lisboa e Vale do Tejo
Av.
Movimento das Forças Armadas, 8
Portela
de Sintra
Apartado
25 - EC Sintra
2711-901
SINTRA
T:
219247211
Aliás,
estando cada vez mais ameaçadas espécies que, no nosso ambiente, são fora do
comum, constitui, na minha opinião, dever de cidadania colaborar com as
entidades competentes, sempre que se avistem animais fora do comum. De
preferência, os vivos; mas também, como se viu, também os mortos interessam!
José d’Encarnação
Publicado em Cyberjornal ,
09-01-2016:
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