sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Um quarto de século a doutrinar-nos!

            «Este é o meu 25º cartão. ¼ de século a enviá-los (cerca de 2000 por ano). Dispendioso, mas valeu a pena, pois alguns dos textos estão em livros de Ensino e há professores que os utilizam como material didáctico».
            A mensagem vem, manuscrita em letra miudinha, num post-it amarelo, sobre a versão inglesa do postal de Boas Festas deste ano, que tem por tema «Longevidade: plantas e animais».
            Já lá vamos ao tema, mas importa, antes disso, saborear a consolação do Cientista e do Professor de Coimbra que, ano após ano, numa cruzada ímpar, nunca desistiu de dar testemunho em prol de um planeta melhor. Água mole em pedra dura… e é verdade! O facto de os seus textos estarem em livros de Ensino e serem comentados nas aulas constitui a vitória de um esforço hercúleo, sereno, sem alardes, mas firme e rigoroso. Por isso, a primeira expressão tem de ser: «Bem haja, Professor Jorge Paiva, pelo que nos tem ensinado e pelo enorme exemplo que nos dá! Eu sou, com orgulho, um desses 2000 privilegiados e é com devoção que religiosamente guardo, desde há bastantes anos, os seus cartões!».
O cartão de Boas Festas 2015 do Prof. Jorge Paiva
            Mui oportuno – como não poderia deixar de ser! – o tema deste ano, em que Jorge Paiva explica, por exemplo, como é que plantas e animais se alimentam e como conseguem, alguns deles, vida longa. Há diferenças e há semelhanças: se animais e plantas precisam de alimentos, as plantas não comem, «porque são seres vivos capazes de os sintetizar», enquanto os animais – entre os quais, o próprio homem – comem plantas e outros animais: «As plantas são, pois, produtoras de biomassa; os animais são consumidores».
            Explica depois Jorge Paiva por que mecanismos se consegue (ou não) manter a vida e porque, não tendo acidentes vasculares (a não ser os provocados por agentes externos), «as plantas têm vida muito mais longa do que os animais». E ficamos com duas curiosidades: «a árvore mais velha que se conhece é um pinheiro […] que tem cerca de 5065 anos», nos Estados Unidos; e se nenhum animal vive mais do que 300 anos, sabe-se que morreu, em Março de 2006, uma tartaruga de Aldabra com 255!
            Moral da história, que é, no fundo, como nas fábulas, o apelo mais importante:
            «Que a época festiva do final do ano ilumine a consciência humana e não se derrubem árvores, produtoras de biomassa, despoluidoras e fábricas de oxigénio».

                                                               José d’Encarnação

Publicado em Renascimento (Mangualde), nº 676, 01-01-2016, p. 16.

1 comentário:

  1. Interessante comentário
    So Podia ser nascido do professor doutor José d'Encarnacao

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