Acorreram
à chamada distintas personalidades da cena teatral e da cultura portuguesa.
Muitas fotografias, portanto. E quando um flash
disparava era logo chamariz para mais quatro ou cinco. Francisco Pinto Balsemão
e esposa, Carlos Carreiras e esposa, Ricardo Baptista Leite, Eunice Muñoz, Io
Apoloni, FF, Mário Vieira de Carvalho, muitos actores ligados às telenovelas da
SIC… contámos, assim num relance.
Encenação,
sóbria e rigorosa, de Carlos Avilez, sobre mui ajustada versão textual de
Miguel Graça. Fernando Alvarez encarregou-se, como vai sendo hábito, da
cenografia – despida e severa – e dos figurinos, a merecerem, estes, um grande aplauso
pela excelência e originalidade.
Os protagonistas. Foto de Ricardo Rodrigues |
A
peça, escrita em 1606, faz reviver as intrigas políticas de um (aparentemente)
remoto século XI, numa Escócia onde a superstição, o sobrenatural, herdeiros da
ainda mais remota mitologia céltica, parecem enquadrar visceralmente o quotidiano
e a ganância do poder não hesita em lançar mão do punhal para assassinar a frio
quem se considere empecilho num caminho que, a todo o custo, se quer percorrer.
Três
mui sedutoras bruxas (Lídia Muñoz, Raquel Oliveira e Cláudia Semedo) surgem, a
espaços, qual fatídico coro de tragédia grega, a vaticinar mais desgraças, a proclamar
que, afinal, os humanos mais não são que instrumentos de misteriosas forças
ocultas.
Mais
uma vez, a permanente actualidade do Teatro aqui eloquentemente documentada,
mormente se tivermos em conta que, em simultâneo, na (supostamente) longínqua
Paris, outra horrenda chacina se perpetrava, em nome da religião.
A
peça estará em cena até 27 de Dezembro, de 4ª a sábado, às 21 h., e ao domingo
às 16.
José d’Encarnação
Publicado em Cyberjornal, edição de 17-11-2015:
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