Anna Paulová |
Claro,
apreciámos – como sempre! – o virtuosismo da Sinfónica, sabiamente dirigida pelo
dinâmico e infatigável Nikolay Lalov, mas encantou todo o auditório, completamente
esgotado, o talento ímpar de Anna Paulová, no domínio perfeito de um
instrumento que, no decorrer da execução, facilmente passava dos altos para os
baixos, dos fortes para os suaves – e sempre num sorriso cativante, que o longo
vestido vermelho com lantejoulas fazia sobressair. Só por essa actuação teria
valido a pena sair de casa nessa tarde morrinhenta.
A
sinfonia nº 4 em mi menor op. 98, do Johanes Brahms (Hamburgo, 1833; Viena,
1897) preencheu deliciosamente a 2ª parte do concerto. J. Brahms é, como se sabe,
colocado a par de Beethoven e de Bach – os três bbs… - e a sua 1ª sinfonia foi
saudada, pelo extraordinário impacto que teve, como a «10ª sinfonia» de
Beethoven, porque – dizia-se – depois da extraordinária 9ª do Mestre, nada
melhor poderia acontecer. E aconteceu.
O
inegável êxito de mais este concerto prova que a cultura musical ganha cada vez
mais apreciadores – a despeito das políticas oficiais de miserável apoio às instituições,
às escolas e aos músicos… Segunda conclusão: que andou muito bem o Executivo Municipal
de Cascais quando deliberou dar luz verde à ousada proposta de Nikolay Lalov.
José d’Encarnação
Publicado em Cyberjornal, edição de 25-10-2016:
http://www.cyberjornal.net/cultura/cultura/musica/um-clarinete-de-ouro
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