Tive
ocasião de assistir na noite de sábado, 18 do corrente mês de Fevereiro, e não
dei por mal empregado o meu tempo. Primeiro, porque me diverti com os quadros,
sempre breves e engraçados; depois – e confesso que, para mim, isso acabou até
por ser o mais importante - as representações contribuíram para consolidar a
comunidade dos vizinhos.
Na
verdade, todo o elenco era conhecido da maior parte dos assistentes: era a
Beatriz Santos, a Laura Sobral, a Margarida Silva, a Maria João Baleia, a Noélia
Ramos, a Rosa Rodrigues, a Sofia Gomes, a Susana Cupido e o Filipe Santos. E da
ficha técnica constavam também nomes de todos bem conhecidos: o Paulo Evaristo
(luz e som), o Avelino Cupido e o Carlos Reboca que deram apoio em palco, e o
Carlos Rodrigues (contra-regra).
E,
findo o espectáculo, parecia mesmo não haver vontade de arredar pé: o público,
que enchera por completo o salão da colectividade, por ali foi ficando à conversa
com os «artistas», que vieram confraternizar com a plateia, ouvir os
comentários, mostrar o seu contentamento. A colectividade cumpria, assim, um
dos seus objectivos: reunir em torno dela a população, contrariando eficazmente
a tendência generalizada de cada um ficar em casa, de pantufas, agarrado à televisão.
Aliás, no andar de cima, jogava-se animadamente ao snooker e até havia oportunidade
de nos deliciarmos com filhoses quentinhas feitas na hora!...
Momento de fado |
Os
textos? Dez em cada parte, onde os enleios, as coscuvilhices, os trocadilhos se
entremeavam com canções e mesmo o fado. Tudo um beijo curava, dizia alguém, a
cada moléstia que lhe perguntavam; «e também cura as hemorróidas, senhor?» – e
a gargalhada estalou! E a habitual cena das surdas, que ouvem tudo ao
contrário. E a madame que vai à feira
comprar lingerie e tudo se complica –
«Ó criatura!» – com a pequenez do sutiã e a preferência pelo fio dental. E a
loira que teima que sardinha é macho porque na lata diz «sardinha com tomate».
E o poema, já clássico, «O cume», cuja oralidade é por demais… traiçoeira!
Uma estranha gravidez!... Que más línguas, livra! |
Na feira e a história da lingerie.. |
O
nome da revista vem no quadro «Alentejana à procura de nome», onde se dá conta
dos aparentemente estranhos nomes que abundam no Alentejo; e, claro, falando-se
de famílias e casamentos e apelidos que passam de uns para outros, «pegar de
estaca» não tem propriamente o significado… botânico!
Enfim,
um espectáculo singelo, despretensioso, que teve dois condões: fez rir e
ajuntou a comunidade em torno dos seus amadores, que roubaram tempo à família,
sim, para virem apresentar o resultado de muitos serões já de si bem
divertidos, mas que o calor dos aplausos sobejamente compensou. E, findo o espectáculo, parecia mesmo não haver vontade de arredar pé: o público, que enchera por completo o salão da colectividade, por ali foi ficando à conversa com os «artistas», que vieram confraternizar com a plateia, ouvir os comentários, mostrar o seu contentamento. A colectividade cumpria, assim, um dos seus objectivos: reunir em torno dela a população, contrariando eficazmente a tendência generalizada de cada um ficar em casa, de pantufas, agarrado à televisão. Aliás, no andar de cima, jogava-se animadamente ao snooker e até havia oportunidade de nos deliciarmos com filhoses quentinhas feitas na hora!...
Está
de parabéns o Grupo de Teatro Amador e daqui vai o nosso abraço a António Chapirrau,
no voto de que continue. Aliás, o espectáculo, que bem no merece, vai agora,
como se diz, «entrar em tournée» pelas colectividades vizinhas. E vale a pena!
Toda a equipa, com o autor do lado direito da foto, enquanto o director da colectividade, Hugo Sobral, manifestava o seu regozijo pelo êxito obtido |
De
resto, também o programa do Carnaval se revela aliciante: o Grupo participará,
a 26 e 28, no corso carnavalesco da Malveira da Serra. No dia 25, a partir das 22.30 h., haverá
baile na sede, com a banda Outra Face; e, no dia 27, a partir das 22, os sons
do «Sentido Obrigatório» farão as honras da casa.
José d’Encarnação
Fotos gentilmente cedidas pela colectividade.
Publicado em Cyberjornal , 23-02-2017:
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