Quando
não era essa cena, minha mãe comprava uma dúzia e, invariavelmente, a Sara punha
13 no alguidarito de barro, acrescentando: «Este é pró gatinho!».
O Sebastião |
O
veterinário, aqui há anos, dizia-nos:
‒
Eu cá não tenho problemas! Se houver fome, amanho-me bem com a comida dos gatos
e dos cães. Tem qualidade e os ingredientes precisos para uma vida saudável.
Por
isso e por via da publicidade, os nossos gatos passaram a comer ração . Quer biscoitos quer alimentos húmidos das
latas. E lá íamos andando, até que, na clínica, começámos a ver que já
começavam a existir doenças a mais. Então, insuficiência renal, a obrigar a comprimidinho
diário em jeito de hemodiálise, estava a ser tema de conversa constante entre
os donos e donas de cãezinhos e gatos que por lá víamos.
E
quando – com a mágoa que se adivinha – tivemos de nos despedir do Bebé, a
veterinária segredou-nos:
–
Estamos a repensar tudo! O melhor, achamos nós agora, é ir entremeando a nossa
comida, mesmo os restos (como se fazia no tempo dos nossos pais), com os
‘acepipes’ expressamente preparados para eles. Evitam-se, de certeza, esses
casos – que estamos cheios de insuficiências renais…
Gostei
deste retorno ao que nossos pais nos haviam ensinado. E não pude deixar de
pensar numa mensagem que há dias recebi, a propósito dos alimentos, a verdade e
a mentira. Nela se diz, por exemplo, a propósito do peixe azul (atum, sardinha , cavala…):
Antes: têm elevado teor de gorduras, devem
evitar-se.
Agora: são ricos em ómega-3, uma
gordura que mantém a integridade das células do organismo, há que comê-los!
Claro!
Guardei religiosamente esta mensagem do antes e do agora! Até por mor dos meus
gatos!
José d’Encarnação
Publicado no quinzenário
Renascimento (Mangualde), nº
675, 15-12-2015, p. 20.
Margarida Lino 16/12 às 20:56
ResponderEliminarInfelizmente agora nem os gatos escapam,com tanta droga nos alimentos! É inaceitável!