quinta-feira, 21 de abril de 2016

A cerimónia do chá

            Teve dois aspectos bem sugestivos e relevantes a exposição intitulada «A cerimónia do chá», levada a efeito no pátio da Santa Casa da Misericórdia de Cascais nas tardes do passado fim-de-semana, 16 e 17 de Abril.
            O primeiro foi dar a conhecer, mais uma vez, quão acolhedor é aquele espaço, sito em pleno coração da vila e que a Santa Casa nem sempre tem oportunidade de aproveitar mas que de bom grado disponibiliza para iniciativas com ele condizentes. Só visto é que se dá conta das bem agradáveis condições que oferece.
            O segundo foi a exposição em si, seguramente, neste caso, o aspecto mais importante, por dar a conhecer os objectos de barro que utentes dos Centros de Convívio da Galiza e Vinhais e do Centro de Dia de S. Miguel, ligados à Santa Casa, se deram ao trabalho de fazer, no âmbito do projecto “Caminhos do barro”. Mas não havia que admirar apenas as chávenas, os bules e os pires, de mui apurado bom gosto, mas também as próprias toalhas de mesa bordadas.
            Um regalo para a vista, sim; mas também – e eu ia a escrever fundamentalmente – um regalo para o espírito, por assim se revelar como a chamada «terceira idade» tem ainda muito para dar, com entusiasmo e vontade de plenamente viver o seu dia-a-dia, plena de positiva motivação. E isso muito me apraz salientar, pelo que revela do espírito que se logra manter nestes centros de dia, onde, mercê das circunstâncias, cada vez há menos utentes que tenham possibilidade de encarar a vida em radiosa perspectiva.
            São iniciativas destas – a repetir sempre que possível – que mostram a longa e nem sempre desprovida de dificuldades tarefa, cada vez mais premente, de acompanhamento dos idosos, numa época em que as famílias não dispõem de tempo para os acarinhar.
            Acrescentar-se-á que, na primeira tarde, o espaço foi pequeno para albergar tanta gente que não quis perder pitada do bom gosto ali apresentado. E terá eventualmente chamado a atenção um móvel de ressonâncias chinesas que ocupava um dos cantos… Pois. Estava assim, abandonado e sem préstimo, numa das instalações públicas do concelho; responsáveis da Santa Casa perguntaram, comprometeram-se a dar-lhe uso e… ficou muito bem na ‘cerimonia do chá’. À chinesa!
            E assim se fazem as coisas!

                                                                                  José d´Encarnação

Publicado em Cyberjornal, 20-04-2016:
http://www.cyberjornal.net/index.php?option=com_content&view=article&id=2108:a-cerimonia-do-cha&catid=31:sociedade&Itemid=28
Não se distinguem; mostram, porém, o orgulho de quem participou.

Coração feminino que transborda...

Requinte de apresentação
Vai um chàzinho, Amiga?

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