‒
Não dou parecer favorável, porque este relatório foi apreciado há um ano!
Estava
a brincar, porque se tratava, naturalmente, de inofensiva gralha na data; contudo,
era um documento oficial e havia mais adiante outros indícios de que se tivera,
para poupar tempo, uma apressada atitude de «cópia e cola».
Dei
comigo a pensar na tirania da Informática, que nos poupa, de facto, longas
canseiras, mas nos causa, outras vezes, mui sérias dores de cabeça, mormente
quando, perante um erro evidente, nos respondem:
‒
Foi o computador, não há nada a fazer!
No
talão de multibanco daquela firma, há anos que a rua da sede vem indicada como
sendo «de Mente Real» e é «de Monte Real»; mas… não há nada a fazer, «trata-se
de um erro informático»!
Na
escritura daquela clínica puseram-na como estando localizada num bairro e está
bem no coração de um outro. E não há
nada a fazer: «Trata-se de um erro informático»!
Na
etiqueta de um produto sólido vem a informação
de que pesa 300 ml. Chamei a atenção :
mililitro é medida de capaci dade! «Lamentamos,
não se consegue corrigir, foi um erro informático!».
Noutra,
vem escarrapachado que ‘contém 6 unidades’, mas… estão lá é 4! Temos pena, amigo,
mas não pode ser corrigido: foi um erro informático!
A
minha rua tem o código postal 662; a segunda transversal é a 663; a terceira, a
653; mas à primeira foi dado o código 560 e a do 561 está a… 1,7 km dela!... E a do 559 fica
num bairro do outro lado da ribeira! Para lá se chegar, a pé, reza o Google maps que são precisos 25 minutos
para percorrer esses 1,9 km !
Chamei a atenção dos Correios.
Lamentamos, senhor, foi um erro informático, não há nada a fazer!
Gramava
mesmo que um «Senhor Computador» se enganasse – para mais! – no processamento dos nossos ordenados e depois alguém viesse
proclamar alto e bom som: «Não há nada a fazer: trata-se de um erro
informático!». Porque será que, num caso desses, o estapor do computador permitiria
de imediato a correcção ?!... Ná! Cá
para mim, essa «do erro informático» é, amiúde, mais marosca do que realidade!
Oh se é!...
José d’Encarnação
Publicado em Renascimento (Mangualde), nº 683, 15-04-2016, p. 11.
Haja Quem diga a verdade,nua e crua.É pena que só as Finanças,não tenham a nossa morada,lá para as bandas do inferno e,não exista erro informatico,que envie as missivas para lá,em vez de para nossas casas.
ResponderEliminarAntónia Mendonça Dias 15/4 às 17:30
ResponderEliminarAo contrário o computador nunca se engana. Gostei bjs.
Gisela Carvalho 15/4 às 17:35
ResponderEliminarTb gostava de um engano desses!!
Ana Maria Coelho 5/4 às 17:41
ResponderEliminarConcordo também gostava que o computador me desse maior reforma; mas parece-me que a máquina é teimosa
Isabel Maria Luciano 15/4 às 17:52
ResponderEliminarOs "senhores computadores" nunca se enganam. Só processam a informação que lhes dão. O diabo dos computadores têm as costas largas. E parece que os informáticos também já não são o que eram. Emoji wink Abraço.
Vítor Fialho 15/4 às 18:57
ResponderEliminarTem toda a razão, a folha de ordenado com uns euros a mais sabia bem! Como já foi escrito aqui, os computadores têm as costas largas Emoji smile Como costumo dizer aos meus alunos, os computadores por natureza são burros, o que distingue se o "tal sistema informático" é, ou não, digno de confiança é da inteira responsabilidade de quem o implementa e gere. Com os meus respeitosos cumprimentos.
Guilherme Valadão 15/4 às 20:07
ResponderEliminarEra tão bom, não foi?!
Maria Mattyes 16/4 às 0:00
ResponderEliminarBoa ! Gostei desta meu AMIGO JOSÉ D'ENCARNAÇÃO !!
Jorge Sanches da Cruz 16/4 às 11:26
ResponderEliminarÉ como os erros das operadoras de telefone, de electricidade, dos bancos e das seguradoras. Nunca se enganam a favor do cliente, sempre em seu prejuízo. Porque será?
Margarida Lino 6/4 às 20:03
ResponderEliminarPalavras para quê, já disseste tudo!
Ana Teresa 16/4 às 22:39
ResponderEliminarPodiam era enganar-se na minha data de nascimento, para me poder reformar mais depressa...