Para
além do que é mais comum, aperceberem-se das mudanças do tempo, organizados
como estão para seguirem o ciclo anual, há «atitudes» dos animais que nos
deixam a pensar seriamente: como tudo seria melhor se lhes seguíssemos o
exemplo!...
A
observação das aves constitui hoje,
também por isso, uma das inovadoras e mui alicia ntes
metas das iniciativas turísticas e permita-se-me que recorde que foi devido ao
facto de uma linda ave ter inopinadamente entrado numa recôndita gruta da ilha
Great Ábaco, nas Baamas, que eu lá fui para ajuizar da autenticidade do desenho
de pretensa caravela portuguesa com a data de 1460, pois o observador foi atrás
dela e deparou com esse grafito. Mas, se observarmos com mais atenção o dia-a-dia dos que mais estão connosco – o cão,
o gato… – é bem possível que a serenidade se instale mais em nossa casa.
Qual
a razão desta crónica assim quase piegas?
É
que, ainda não havia os inolvidáveis filmes sobre costumes dos animais a que
hoje temos acesso à distância de um clique, nem canais televisivos específicos com
essa temática (que deveríamos, aliás, sugerir às nossas crianças) e já eu me deliciava
com livros como Our animal neighbors, de Alan Devoe (McGraw-Hill, Nova
Iorque, 1953), autor também de This fascinant animal world, de 1951, obras
hoje clássicas, que, nos anos 60, eu só conseguia na Biblioteca Americana, em
Lisboa.
Essa,
a razão longínqua que me levou a esta partilha de emoções há muito sentidas. A
próxima prende-se com um vídeo, certamente recebido também pelos nossos
leitores, disponível no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=HZO9E4ZPT-U
A
forma inteligente como aquele macaco consegue reanimar o companheiro que fora electrocutado
pela descarga numa estação de
caminho-de-ferro da Índia, perante o olhar estupefacto dos passageiros
especados na plataforma; os seus gestos a reproduzirem, às mil maravilhas, os procedimentos
que os nossos técnicos do INEM ora aprendem – deixam-nos, na verdade, surpreendidos
e surge um comentário natural: nós, os humanos, ainda temos muito que aprender!
José d’Encarnação
Publicado em Renascimento (Mangualde),
nº 682, 01-04-2016, p. 12.
Uma grande verdade...
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