Escola Profissional de Santo António, Izeda, 8 de Março de 1964 |
–
Mas você é meio-padre ou padre inteiro? – perguntou-me um dos jovens, porque eu
andava de batina e seria, para ele, novo de mais para ser… padre inteiro.
A
outra:
–
Eu nunca tive respeito à minha mãe nem ao meu pai e ia agora tê-lo a si!?
Cadastrados
todos eles. Perante esta frase, eu sorri e até lhe disse «Tens razão!»; o moço
ficou sem resposta e… continuámos o jogo!
Pelas
tardes de quinta-feira, saíamos a passeio. Sozinho, com uns 15 à minha volta. Nunca
nenhum me fugiu. O rabisco das uvas, das castanhas… Sentávamo-nos a conversar
sob as árvores. A pedagogia salesiana em acção, na partilha de afectos, com
quem, afinal, nunca os tivera.
À
noite, ao jantar, o inevitável copo de leite para os mestres tipógrafos, pois
nessa altura se trabalhava com chumbo. E aí se partilhavam também as aprendizagens
– que os moços estavam, de facto, numa escola profissional e seriam as profissões
o meio óptimo de se reintegrarem na vida.
José d’Encarnação
Publicado em Boletim Salesiano, nº 558, set/out 2016, p. 34.
Margarida Lino
ResponderEliminar20/10 às 18:09
Meu amigo (meio padre ou padre inteiro), adorei esta tua crónica no Boletim Salesiano! Beijinho!