Pode
parecer uma daquelas etiquetas que se pregam e que, de tanto uso, perdem o seu
real significado ou deixam de chamar a atenção .
«Educação ambiental» encerra,
todavia, um conteúdo cada vez mais premente: trata-se, no fundo, de chamar a
atenção dos cidadãos para a
necessidade de tomarem consciência de que todos nós estamos num mesmo barco, um
barco que importa cuidar para que não naufrague.
Tornaram-se
– infelizmente – quase rotineira s as
imagens televisivas dos naufrágios de migrantes no Mediterrâneo e da desgraça
que os provocou e eles próprios provocam. Pois o barco «ambiente», apesar de
não ter frequente direito a noticiário, assume papel primordial no nosso
quotidiano.
Regozjiei-me,
por isso, ao receber mensagem de Cristina Matias, Técnica Superior de Educação Ambiental, cuja actividade se desenrola – e bem!
– no Centro de Interpretação e Educação Ambiental “Quinta do Peral”. Presença permanente
em página própria da agenda cultural «São Brás Acontec e»,
os técnicos em serviço no Centro não são de cruz ar
os braços!
E a
mensagem rezava assim:
«Andando
por cá a vasculhar em papelada que guardo por achar de interesse, encontrei a
sua nota sobre "perder-se tanta alfarroba, tanta azeitona, tanta
amêndoa…". Como vamos na próxima semana iniciar o desenvolvimento do
projeto O Ciclo de Alfarroba, lembrei-me
de lhe falar, brevemente, do mesmo. Vamos desenvolvê-lo com um grupo de Ensino
Inclusivo, da EB2,3 e Escola Secundária, e com uma turma de 3.º ano, todos do
Agrupamento de Escolas José Belchior Viegas. A primeira ação
será a apanha da alfarroba (ainda se encontra aqui pelo Sítio do Peral, nesta
altura). As outras passam pela visita à fábrica, ao Polo Museológico dos Frutos
Secos de Loulé, ao laboratório de investigação
aqui da nossa universidade e, finalmente, pelo uso de produtos da alfarroba
para confeção de pão e bolos. Este
projeto foi criado pela Dra. Olga Gago, Bibliotec a
Municipal de S. Brás de Alportel, e por nós, Quinta do Peral».
Sei que, devido à inesperada
chuva, a apanha da alfarroba teve de ser adiada. Mas quem há aí que não aplauda
com o maior entusiasmo o entusiasmo que esta iniciativa significa? E, Cristina,
nem as chuvadas – eu sei! – nem outras inesperadas adversidades vão conseguir
fazer-vos esmorecer! Nunca!
José d’Encarnação
Publicado em Noticias de S.
Braz [S. Brás de Alportel] nº 264, 20-11-2018, p. 13.
Desenho que ilustrou, na revista «O Arqueólogo Português», a crónica de José Leite de Vasconcelos sobre o Algarve. Impressionou-o esta secular alfarrobeira de S. Romão (S. Brás de Alportel) |
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