Tanto
a nossa vice-presidente Marlene Guerreiro manifestou apreço, como Sofia Silva
que, depois de me perguntar «como vai a ganga?», expressão típica de seus avós,
garantiu ser esse um tema que lhe era «muito querido!».
Apreciei.
Maria
Manuel Valagão, por seu turno, exclamou:
–
E que vivam as escaidinhas de uvas,
especialmente se forem de boa parreira!...
Claro,
lá vinha o nosso termo: parreira!
Permita-se-me
que realce o agrado de Maria Manuel Valagão, por ser uma são-brasense bem
conhecida pelos seus livros, no âmbito dos «comeres» (perdoe-se-me se não escrevo
nem ‘culinária’ nem ‘gastronomia’, porque ‘comeres’ é mais do nosso jeito).
Pois,
a propósito do livro Vidas e Vozes,
datado de 2018 (que M. M. Valagão escreveu com Nídia Braz, ilustrado com
excelentes fotos de Vasco Célio), explicou Miguel Esteves Cardoso, na sua
crónica do Público de 9 de Abril (p.
7), sob o título «O livro do peixe», que «sem os livros dela não se consegue verdadeiramente
apreciar aquilo que fazemos e comemos».
E
acrescentou:
«Infelizmente,
há pessoas que se desinteressam quando lêem que ela é uma académica e
investigadora. Sim, ela sabe trabalhar e recolher depoimentos. Mas é a maneira
airosa e entusiástica como escreve e a inteligência das escolhas que faz que
tornam os livros dela literalmente imprescindíveis».
«Falta
uma vez prá primêra» – diria meu pai
– para que esses livros, deliciosos retratos dos costumes autênticos da nossa
gente, não sejam devidamente apreciados.
Apetecia-me
brindar! E surgiu-me logo outra frase de antanho, quando, a determinado momento
de servir um cálice de medronho para o brinde, ele acabara entretanto:
–
Nam botes qu’eu nam bebo!
Soltava-se
uma gargalhada, o dono da garrafa saía airoso do desaire e… o convívio
continuava, pois então! Não havia medronho? Haveria de figo e umas azêtonitas britadas!
José d’Encarnação
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