A capa, qual urna de voto... |
É
meu hábito dedicar, de vez em quando, umas linhas ao conteúdo de cada número
desta mui premiada revista, que em cada um deles nos surpreende. Desta vez, porém,
não resisti a, sem rede nem grandes reflexões, partilhar o que senti, no mero
folhear, parando aqui e além, destas bem densas páginas.
É
que o tema é a Democracia e, quase a medo, no rodapé da capa, vem uma frase conhecida:
«Vemos, ouvimos e lemos / Não podemos ignorar».
Estremecem-nos, abanam-nos
todos e cada um dos textos, quer seja a evocação de Francisco Sá Carneiro, quer
a imprescindibilidade da liberdade de imprensa, quer a necessidade imperiosa de
se votar…
Eloquente caricatura, da autoria de André Carrilho |
Estremecemos.
Daqui
a dias vamos a votos. Beneficiaremos da enorme riqueza que é viver em democracia,
nessa que foi «inventada» na Atenas de Péricles, no século V antes de Cristo. E
precisamos de estar conscientes do que vale um voto.
Não,
não vou desvendar o denso conteúdo destas 160 páginas, ilustradas a rigor. Limitar-me-ei,
porque é dele boa síntese, o que o seu director me escreveu:
«Democracia:
nas genuínas, Democracia reduziu-se a sinónimo de Liberdade; nas falsas, Democracia
exauriu-se em mero epíteto constitucional!
E
os extremos vingam, a minar a vulnerabilidade que a Liberdade oferece…
Como
diria Clarice Lispector, «Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome».
Talvez
o tenha e a nós cumpra baptizá-lo…».
Vamos
a isso!
Mais um belo texto sobre um tema quente. Sabemos que é preciso muito mais, alguma coisa que estando identificada dentro de nós, ainda não tem tradução que possa ser entendida por toda a gente.
ResponderEliminarPost-scriptum:
ResponderEliminarE o que diz o boletim de voto que, mui subrepticiamente se pretende esgueirar na urna que é a capa da revista?
Ora aí está, em desenhos, para que toda a gente entenda:
Fase 1: ler, ouvir, conversar;
Fase 2: pôr a trabalhar todas as engrenagens do cérebro;
Fase 3 (sim, só depois!): pôr a cruzinha no quadrado!
Engenhosa forma de nos ensinar como se deve fazer!
(Vou acrescentar ao texto inicial a reprodução do boletim).