Somos
capazes de ajuizar do bom ou mau governo de uma freguesia, dum município, duma instituição pela adequada distribuição
dessas placas em sítios estratégicos, de maneira
a facilitar a mobilidade dos cidadãos, pressionados sempre, como estamos, pela tirania
do tempo.
No
caso das placas toponímicas, agrada-nos verificar, por exemplo, que o Executivo
municipal optou, em determinado momento, por uniformizar o modelo adoptado, quer
do ponto de vista tipológico quer textual. Assim como uma imagem da marca!
No
caso da toponímia cascalense, em boa hora se escolheram as placas azulejadas,
de ressonância antiga na sua decoração
e no tradicional predomínio do azul na pintura dos caracteres, habitualmente encomendadas
a uma das fábricas concelhias especializadas nesse tipo de preparação, na senda do que foi outrora a célebre e nunca olvidada
Fábrica da Viúva Lamego.
É,
sem dúvida, privilégio nosso percorrer o território do município cascalense e encontrar
por toda a parte o mesmo modelo, com esse ar antigo, a recordar-nos que estamos
numa zona onde se preza a memória, a identidade.
Se,
no entanto, o modelo se mantém e não oferece qualquer dúvida a sua confecção inclusive em termos de medidas, o mesmo não acontece
com o texto, que tem de ser pensado. Ou seja, consciente ou inconscientemente,
há uma mensagem a transmitir!
Para
já, na escolha do texto, na sua paginação.
Depois, porque, por detrás desse texto, há algo que se quer dizer. Por exemplo,
se se indica a profissão da pessoa que deu nome à rua, é porque se deseja acentuar
ter sido no exercício dessa actividade que se notabilizou e é por isso que a julgamos
digna de recordação.
A placa que ora foi removida |
Congratulo-me
vivamente com o facto de, conjuntamente com a inauguração
do esplêndido Museu da Vila, no passado sábado, 26 (uma visita imprescindível
para todo o cascalense que se preze!), se ter feito a correcção. Por agora, enquanto a nova placa se faz, lá
está um totem, com tudo como deve ser. E, embora neste momento, já não sejam os
franceses os que mais nos visitam depois de «nuestros hermanos», manteve-se a
ordem das línguas, com o Francês em 2º lugar, na esperança de que esse fluxo
aumente!
José d’Encarnação
Publicado
em Costa do Sol Jornal (Cascais), nº 303, 2019-10-30, p. 6.
Um texto muito interessante e elucidativo. Aprendo sempre com os artigos deste blog. Bem hajas pela preocupação com a denúncia de problemas do concelho e igual prontidão a saudar os aspectos positivos. Um grande abraço.
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