terça-feira, 1 de outubro de 2019

Castanhas e doçarias

               Entre outras funções, desempenhou o Dr. Alberto Correia a de Director do Museu Grão-Vasco e a de responsável pela revista Beira Alta, de tão longa tradição e hoje a viver período de aparente letargia.
            Dotado de mui notável capacidade criativa a nível da escrita, Alberto Correia não se tem poupado a dar a conhecer, em elucidativas e assaz agradáveis publicações, o património cultural do distrito de Viseu, mormente a nível das tradições populares, do artesanato e do que hoje se designa (e com inteira razão!) o nosso «património gastronómico».
            Assim, foram recentemente publicados os seguintes livrinhos, preciosos:
            Em edição do Município de Viseu:
            A Broa de Vildemoinhos (Da Terra à Nossa Mesa);
            Pão de S. Bento (Tradição de Viseu);
            Pastéis de Feijão (Doce Sabor de Viseu).
            Em edição da Confraria da Castanha, Sernancelhe (apoio de Cafés Delta):
            A Maravilhosa História da Castanha Martainha;
            Queijadas de Castanha (Um doce manjar);
            Fálgaros (Manjar Conventual) [Tabosa – Carregal – Sernancelhe];
            Cavacas de Freixinho.
            Direi que me disponibilizei a redigir uma nota, um pouco mais circunstanciada, sobre a importância da iniciativa para uma revista do distrito da Guarda. A proposta foi liminarmente rejeitada, porque, sendo da Guarda, a publicação só admitia textos referentes ao distrito. Não me preocupei com a recusa, porque, assim, poderia referir-me aos livrinhos aqui, pois Mangualde é do distrito de Viseu e não se privilegia uma visão tacanhamente regionalista das notícias e dos comentários.
            O Município de Viseu e a Confraria tiveram tal iniciativa em prol das castanhas e dos doces? Abençoados! Castanhas haverá também no distrito da Guarda, como em Bragança! E o que está em causa não é o local mas o testemunho, a iniciativa. Exemplar como é, poderá ser imitada noutros municípios em relação ao que lhes é peculiar – e isso se acentuaria!
            Mui graciosamente ilustrados com surpreendentes fotografias, os livrinhos são… um mimo! E têm as receitas no final!
                                                                      José d’Encarnação

Publicado em Renascimento (Mangualde), nº 762, 2019-10-01, p. 12-13.

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