terça-feira, 3 de julho de 2012

Dez anos da independência de Timor comemorados em Oieras

   
            Numa iniciativa do escritor timorense Luís Cardoso, munícipe de Oeiras, que contou com a colaboração da Biblioteca Municipal, realizou-se, no final da tarde do passado dia 19 de Maio, no auditório daquela biblioteca, uma sessão comemorativa das 10 anos da independência de Timor Leste.
            Bárbara Reis, directora do Público, historiou os passos dados no sentido de a independência se conseguir. O timorense João Piedade, padre jesuíta, catedrático de Filosofia na Universidade Gregoriana de Roma, acentuou a importância que a religião teve na manutenção de uma identidade, tendo em conta que a presença portuguesa no território se prolongou por 500 anos e foi preciso lutar contra o obscurantismo que a Indonésia quis impor durante 25 anos; «Os indonésios», disse, «nunca conseguiram conquistar o coração timorense», fiel à língua portuguesa e à fé cristã. António Cardoso, professor de História Contemporânea, referiu-se à investigação que está a orientar, depois da descoberta de importante documentação sobre a história timorense, mormente durante a II Guerra Mundial. Teresa Almeida teceu considerações sobre «Literatura e identidade nacional»: depois de sublinhar que o ensino do Estado Novo marcou a elite timorense, acentuou a importância de escritores como Fernando Sylvan e Luís Cardoso na criação e reforço de uma literatura de raiz timorense, aludindo, de modo particular, ao significado do livro «Crónica de uma Travessia».
            Presente a vereadora da Cultura, Professora Luísa Carrilho, sobrinha de Fernando Sylvan, que enalteceu o interesse da sessão e louvou os organizadores. Encerrou a cerimónia um breve concerto em que um quarteto interpretou cantares timorenses e outros de raiz popular. Luís Cardoso agradeceu, por fim, toda a colaboração prestada, designadamente pela direcção da biblioteca e todo o seu pessoal.

           

Sem comentários:

Enviar um comentário