Bailado
Dia 29 de Junho, no Casino
Estoril, a apresentação das classes
da Escola de Dança Ana Mangericão. O tema, “From Ballet to Broadway”, pretexto
para, numa sequência de bailados, coreografados pelos docentes da Escola, nos
deliciarem. Importa referir-lhes os nomes: Ana Mangericão, Catarina Lopes
Ribeiro, Susana Rodrigues, Brownen Stout, Maria João Filipe, Diana Vieira. E os alunos colaboraram!
Doze trechos em cada parte, numa
sequência rigorosamente pensada, de forma a alternarem-se não apenas os géneros
musicais, mas também os níveis etários. Consolador ver como até os mais
pequenos nos deram lições de disciplina, aprumo, alegria… Que nada houve ali
que pudesse transmitir enfado ou sentimentos negativos. Do palco se evolou, a
todos os momentos, contagiante hino à boa disposição.
Impressiona a capacidade organizativa, o rigor da execução, a originalidade das coreografias.
Um final de tarde muito especial,
difícil de esquecer pelos estudantes, pelos pais e familiares. Destas centenas
poucos serão os que encaram o bailado como futuro profissional; de qualquer
modo, o que estão a aprender ficar-lhes-á para a vida!
É pouco deixar aqui consignado –
para alunos, docentes e toda a equipa, tão briosamente orientada pela Profª Ana
Mangericão – um enorme aplauso; mas será a minha forma de me congratular com o
indiscutível sucesso!
Teatro
No
Mirita Casimiro, outra demonstração do extraordinário resultado obtido
pela leccionação, desta feita dos alunos da Escola Profissional
de Teatro de Cascais. O Sonho, de August Strindberg, com versão e
dramaturgia de Graça P. Corrêa, serviu para, na companhia de Ruy de Carvalho e
de membros do TEC (Miguel Amorim, Luiz Rizo, Renato Pino, Sérgio Silva e Teresa
Côrte-Real), os ora estreantes saberem o que é pisar o palco num espectáculo a
sério.
Aliás, como é costume para as PAP
(Provas de Aptidão Profissional, que são as provas finais dos alunos), Carlos
Avilez não deixou de criar momentos em que o bailado e o canto se incorporarem no
entrecho, a fim de ser testada a capacidade
de os estudantes se organizarem e movimentarem em conjunto (coreografia de
Natasha Tchitcherova). De resto, para tal se presta a escolha de um cenário (de
Fernando Alvarez) praticamente despido, apenas com leves rampas e estrados.
Guarda-roupa original, próprio da
mensagem a transmitir: os estranhos entes de Jerónimo Bosch n’As Tentações de Santo Antão, as
musculadas mulheres de Paula Rego, os guerrilheiros do Daesh...
Escrito em 1901, o texto detém
acutilante actualidade. Vinda à Terra para saber como era a humanidade, Agnes,
filha do deus Indra, encarnou Cristo de certo modo, mas, desiludida com o que
viu, regressou ao assento etéreo sem pela humanidade se sacrificar. Achou que
não valeria a pena. Os retratos circunstanciais que nos é dado presenciar
revestem-se de oportuna sabedoria. Poderiam ser peças de um sonho. Não são. É bom
que se nos apresentem. Assim. Nuas e cruas!
José d’Encarnação
Publicado em Costa do Sol Jornal (Cascais), nº 291,
2019-07-24, p. 6.
Fotos do espectáculo do TEC retiradas, com a devida vénia,
da sua página; as da apresentação da
EDAM constituem especial deferência, que agradeço, do Gabinete de Imprensa da
Estoril-Sol
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