segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Outro milagre na Galiza!

            Os milagres são obra de uma pessoa. Há, sempre, claro, uma equipa à sua volta; mas sem aquela voz de comando, forte, entusiasta, pronta a ultrapassar todas as barreiras… o milagre acabaria por não acontecer.
            No Alto da Galiza (S. João do Estoril, Cascais), era o fim do mundo; Irmã Elvira, das Filhas de Maria Auxiliadora, fomentou o milagre. E há a singular igreja da Senhora da Boa Nova, o auditório, uma comunidade… O espírito salesiano alastrou e singelo ATL (núcleo de Actividades de Tempos Livres), aparentemente igual a tantos, encontrou em Maria Gaivão a outra taumaturga: Vam’lá! Essa, a expressão mágica, diária, que desconhece o significado da palavra hesitação.
            Assim, os Guerreiros da Galiza, feliz designação da Escolinha de Rugby ali criada em Setembro de 2006. Desvairada loucura, comentou-se; todavia, o milagre veio sob a capa de mais um «vam’lá!».
            Foi pequeno o auditório do Centro Cultural de Cascais para tanta gente que ali acorreu, no final de tarde do passado dia 12 de Setembro. Pretexto: o lançamento do elucidativo (e bonito!) álbum Os Guerreiros da Galiza. Foi a Câmara Municipal op patrocinador executivo; a Biorumo (Consultadoria em Ambiente e Sustentabilidade), a patrocinadora editorial. Colecção de nome sugestivo: Pequenos Nadas! – que de pequenos nadas, afinal, se nos entretece a existência!... Coordenação de Nuno de Oliveira e Catarina Mota; texto de Lúcia Cruz; maquetização de João Mota; ISBN: 978-972-99688-6-0.
            Para além das fotos, a darem conta de que são os incríveis instantâneos dos praticantes de râguebi em acção, os depoimentos da Câmara, da Santa Casa, de Maria Gaivão: uma entrevista a Tomaz Morais; a história da «escolinha guerreira» (a ideia, os primeiros tempos; os guerreiros que criam, que confiam, que conquistam, que ajudam…). Nas capas interiores, o rol dos guerreiros… Aqui e além, em destaque, as frases que norteiam esta ‘guerra’:
            «É também através da promoção de uma actividade desportiva contínua que os jovens podem adquirir valores e atitudes importantes e com grande reflexo no futuro de cada uma dessas crianças». «Não é preciso ficar triste, que da próxima vez sairá bem melhor. Não te esqueças que estás a aprender!».
            «Estas crianças estão habituadas a aguentar no limite tudo o que lhes acontece e a sua determinação torna-as verdadeiras vencedoras».
            Nuno Oliveira, da editora, abriu a sessão, a explicar como tudo começou. Isabel Miguéns, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Cascais (a que o ATL pertence), recordou como a prática desportiva integra eficazmente a acção educativa; louvou os voluntários e a vasta equipa responsável pelo projecto; sublinhou como o aumento do sucesso escolar constituía visível reflexo dos benefícios obtidos; frisou a necessidade do imprescindível recurso à competência, concluindo que, também aqui, «já se rompeu a barreira do bairro». Luís Soares, da Biorumo, disse do orgulho da sua empresa em ser parte integrante do projecto. Por fim, o presidente da autarquia centrou a sua reflexão em quatro pontos: sucesso, felicidade, amor ao próximo e comunidade: «É espantoso», disse, «o que se consegue com tão pouco; como, afinal, a felicidade é atingível através de coisas simples».
                          A actividade destes guerreiros do ATL da Galiza pode ser seguida em http://www.facebook.com/escolinhaderugbydagaliza.
E no blogue:
http://escolinhadagaliza.blogspot.pt/

Publicado no Cyberjornal, edição de 16-09-2013:

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