Em
curso, a apreciação do rol de obras propostas e aceites para virem a ser contempladas
no bolo do próximo Orçamento Participativo, em Cascais.
O
que é que eu gostaria de ver lá incluído? Digo já, porque vivo na freguesia de
Cascais, na zona de acesso à vila para quem vem da auto-estrada e, como se
aproxima o período balnear, eu optaria por aquilo que, a meu ver, macula a
imagem da vila:
‒
o desaparecimento das mui degradadas instalações da fábrica Pedro Pessoa, junto
ao quartel dos bombeiros;
‒
uma solução airosa para o escoamento do trânsito no final da A5 para quem
demanda a parte ocidental da freguesia; crê-se não ser difícil, porque bastaria
(por exemplo) pôr dois sentidos num dos arruamentos a poente…
‒
resolver o processo da ex-futura esquadra amarela da PSP;
‒
demolir o monstro do Largo da Estação (bem desagradável cartão de visitas para
quem chega de comboio);
‒
arranjar o Largo do Cobre, zona de passagem obrigatória para quem, vindo da 3ª
circular, foge da rotunda de Birre, e local indigno nomeadamente para uma praça
de táxis.
3ª circular
As
obras de beneficiação da 3ª circular prosseguem, agora já a bom ritmo. Resultam
de proposta aprovada no Orçamento Participativo de 2013. Não se percebe lá
muito bem a razão porque quiseram semáforos na entrada para Carrascal de
Alvide. Não há assim tanto movimento de entrada na povoação e os semáforos vêm,
certamente, provocar ainda mais engarrafamento em horas de ponta. Mas, como sói
dizer-se, eles lá estudaram nos livros!... Livro, porém, é uma coisa; a
realidade, outra!
Rotunda de Birre
Mantendo-nos em questões de trânsito, que é onde se
nos esvai boa parte do nosso orçamento familiar...
Tiraram
a «escultura» da rotunda de Birre. Como pode ler-se na pág. 127 do sempre útil
livro, de Manuel Eugénio e Zé Ricardo Fialho, «Património Histórico na
Freguesia de Cascais», de 2012, as pedras trabalhadas eram da autoria do
escultor Paulo Neves, que lhes dera o título de «Triângulo no Meio da Circunferência»;
estavam ali plantadas desde 26 de Agosto de 2000. Não sei para onde foram agora
e suspeito que a razão da retirada se prende com a necessidade de haver maior
visibilidade (uma das peças tem 2,20 metros de altura!) numa rotunda habitualmente
deveras congestionada.
Agora,
em vez das esculturas, o arquitecto paisagista (digo eu que terá sido) optou
pelo ajardinamento com plantas aromáticas autóctones (alecrim, alfazema…). Uma
obra que, se calhar, acabou por demorar bastante mais do que o previsto, porque
havia sempre trânsito denso, a impedir os operários de trabalharem sossegadamente
e a ritmo de empreitada; parecia-me mesmo que estavam, de facto, a trabalhar… à
jorna!
Casino Estoril
Depois de um período em que deu a impressão de que os
grandes eventos culturais e artísticos tinham abandonado o Salão Preto e Prata,
há de novo a oportunidade de trazer à ribalta esta sala de mui nobre tradição.
Assim,
foi este ano antecipada para a noite de 14 de Maio a Grande Gala do Fado em
honra de Carlos Zel, o fadista de Cascais precocemente arrebatado do nosso
convívio. Foi a 13ª e – acompanhados por Ângelo Freira (à guitarra portuguesa),
Pedro Marreiros (viola de fado) e André Moreira (viola baixo) – Ana Moura, Cuca
Roseta, Mafalda Arnauth, Pedro Moutinho, Raquel Tavares, Ricardo Ribeiro e D.
Vicente da Câmara mostraram, neste saudável entrecruzar de gerações, como
também por estas bandas o Fado tem morada cabal.
Mais
perto de nós, segundo tive oportunidade de ver na colorida reportagem do nosso prezado
local (a revista Sekreta nº 14, do passado dia 22 de Maio), a Sociedade Musical
de Cascais aí realizou também a gala comemorativa do seu centenário. Com larga
tradição de actividade, por exemplo no âmbito da música popular (banda, rancho
coreográfico…) e do teatro (mormente de revista), a centenária colectividade
aproveitou o ensejo para apresentar uma retrospectiva do que tem sido feito (apreciados
os modelos escolhidos para as marchas populares doutros tempos!...) e – que se
me permita a referência especial – homenageou Cirilo Bernardes, um dos vultos
grandes da nossa música, como compositor, músico, maestro, ensaiador… Uma homenagem
que me apraz salientar, numa altura em que os sentimentos da ‘gratidão’, do ‘reconhecimento’
parecem estar a esmorecer num quotidiano cinzento. O meu aplauso, portanto!
Honra ao mérito!
Publicado em Costa do Sol – Jornal Regional dos Concelhos de Oeiras e Cascais,
nº 47, 28-05-2014, p. 6.
Guilherme Cardoso comentou uma ligação que partilhaste.
ResponderEliminarGuilherme escreveu: "Uma justíssima homenagem a um músico cascalense descendente de uma família de músicos também eles de renome, relembramos também dois dos seus irmãos, Mário Clarel e Fernando Bernardes, que nos deram tanto da sua cultura musical."