quinta-feira, 5 de junho de 2014

Na prateleira 24 - As minhas prioridades

Obras
            Em curso, a apreciação do rol de obras propostas e aceites para virem a ser contempladas no bolo do próximo Orçamento Participativo, em Cascais.
            O que é que eu gostaria de ver lá incluído? Digo já, porque vivo na freguesia de Cascais, na zona de acesso à vila para quem vem da auto-estrada e, como se aproxima o período balnear, eu optaria por aquilo que, a meu ver, macula a imagem da vila:
            ‒ o desaparecimento das mui degradadas instalações da fábrica Pedro Pessoa, junto ao quartel dos bombeiros;
            ‒ uma solução airosa para o escoamento do trânsito no final da A5 para quem demanda a parte ocidental da freguesia; crê-se não ser difícil, porque bastaria (por exemplo) pôr dois sentidos num dos arruamentos a poente…
            ‒ resolver o processo da ex-futura esquadra amarela da PSP;
            ‒ demolir o monstro do Largo da Estação (bem desagradável cartão de visitas para quem chega de comboio);
            ‒ arranjar o Largo do Cobre, zona de passagem obrigatória para quem, vindo da 3ª circular, foge da rotunda de Birre, e local indigno nomeadamente para uma praça de táxis.

3ª circular
            As obras de beneficiação da 3ª circular prosseguem, agora já a bom ritmo. Resultam de proposta aprovada no Orçamento Participativo de 2013. Não se percebe lá muito bem a razão porque quiseram semáforos na entrada para Carrascal de Alvide. Não há assim tanto movimento de entrada na povoação e os semáforos vêm, certamente, provocar ainda mais engarrafamento em horas de ponta. Mas, como sói dizer-se, eles lá estudaram nos livros!... Livro, porém, é uma coisa; a realidade, outra!

Rotunda de Birre
            Mantendo-nos em questões de trânsito, que é onde se nos esvai boa parte do nosso orçamento familiar...
            Tiraram a «escultura» da rotunda de Birre. Como pode ler-se na pág. 127 do sempre útil livro, de Manuel Eugénio e Zé Ricardo Fialho, «Património Histórico na Freguesia de Cascais», de 2012, as pedras trabalhadas eram da autoria do escultor Paulo Neves, que lhes dera o título de «Triângulo no Meio da Circunferência»; estavam ali plantadas desde 26 de Agosto de 2000. Não sei para onde foram agora e suspeito que a razão da retirada se prende com a necessidade de haver maior visibilidade (uma das peças tem 2,20 metros de altura!) numa rotunda habitualmente deveras congestionada.
            Agora, em vez das esculturas, o arquitecto paisagista (digo eu que terá sido) optou pelo ajardinamento com plantas aromáticas autóctones (alecrim, alfazema…). Uma obra que, se calhar, acabou por demorar bastante mais do que o previsto, porque havia sempre trânsito denso, a impedir os operários de trabalharem sossegadamente e a ritmo de empreitada; parecia-me mesmo que estavam, de facto, a trabalhar… à jorna!

Casino Estoril
            Depois de um período em que deu a impressão de que os grandes eventos culturais e artísticos tinham abandonado o Salão Preto e Prata, há de novo a oportunidade de trazer à ribalta esta sala de mui nobre tradição.
            Assim, foi este ano antecipada para a noite de 14 de Maio a Grande Gala do Fado em honra de Carlos Zel, o fadista de Cascais precocemente arrebatado do nosso convívio. Foi a 13ª e – acompanhados por Ângelo Freira (à guitarra portuguesa), Pedro Marreiros (viola de fado) e André Moreira (viola baixo) – Ana Moura, Cuca Roseta, Mafalda Arnauth, Pedro Moutinho, Raquel Tavares, Ricardo Ribeiro e D. Vicente da Câmara mostraram, neste saudável entrecruzar de gerações, como também por estas bandas o Fado tem morada cabal.
            Mais perto de nós, segundo tive oportunidade de ver na colorida reportagem do nosso prezado local (a revista Sekreta nº 14, do passado dia 22 de Maio), a Sociedade Musical de Cascais aí realizou também a gala comemorativa do seu centenário. Com larga tradição de actividade, por exemplo no âmbito da música popular (banda, rancho coreográfico…) e do teatro (mormente de revista), a centenária colectividade aproveitou o ensejo para apresentar uma retrospectiva do que tem sido feito (apreciados os modelos escolhidos para as marchas populares doutros tempos!...) e – que se me permita a referência especial – homenageou Cirilo Bernardes, um dos vultos grandes da nossa música, como compositor, músico, maestro, ensaiador… Uma homenagem que me apraz salientar, numa altura em que os sentimentos da ‘gratidão’, do ‘reconhecimento’ parecem estar a esmorecer num quotidiano cinzento. O meu aplauso, portanto! Honra ao mérito!                               

Publicado em Costa do Sol – Jornal Regional dos Concelhos de Oeiras e Cascais, nº 47, 28-05-2014, p. 6.

 

 

1 comentário:

  1. Guilherme Cardoso comentou uma ligação que partilhaste.
    Guilherme escreveu: "Uma justíssima homenagem a um músico cascalense descendente de uma família de músicos também eles de renome, relembramos também dois dos seus irmãos, Mário Clarel e Fernando Bernardes, que nos deram tanto da sua cultura musical."

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